Representantes de cerca de 30 países participaram do protesto, segundo a Confederação Europeia de Sindicatos (CES), que tem cerca de 45 milhões de membros.
Após quase quatro anos de suspensão, devido à pandemia de Covid-19, os Estados-membros do bloco planejam reativar as regras fiscais no início de 2024, o que limitará novamente a dívida e o déficit público, embora ainda não tenham chegado a um acordo final sobre as margens de manobra.
A secretária-geral da CES, Esther Lynch, advertiu que um regresso à austeridade “destruirá empregos, baixará salários, significará ainda menos financiamento para os serviços públicos já esticados até ao limite e praticamente garantirá outra recessão devastadora”.
Se as negociações em curso forem aprovadas, o pacto forçará 14 países da UE a cortar um montante total de 45 mil milhões de euros dos seus orçamentos apenas em 2024, segundo estimativas sindicais.
Nas palavras de Lynch, os políticos podem pagar o preço de qualquer regresso à austeridade nas próximas eleições: “Hoje dizemos não ao desejo da Europa de regressar às normas de austeridade e gritamos sim a uma Europa social”, disse.
Os trabalhadores, defendeu, precisam de investimentos públicos para uma transição ecológica justa, melhor educação e saúde eficientes e salários mais elevados.
“A austeridade foi tentada e falhou. É hora de aprender as lições do passado e garantir que as regras econômicas da UE coloquem o bem-estar das pessoas e do planeta à frente de limites totalmente arbitrários”, disse Lynch.
Segundo a secretária-geral da Confederação dos Sindicatos Cristãos, Marie-Hélène Ska, os planos da UE imporiam à Bélgica um esforço orçamental anual de 0,7% do Produto Interno Bruto, 28,8 mil milhões de euros de poupança nos próximos quatro a sete anos.
A extrema-direita é “a principal beneficiária do tipo de políticas fiscais que estão a ser propostas”, disse a direção do CES, cujas reivindicações incluem também a manutenção de mecanismos públicos de solidariedade com os mais vulneráveis, semelhantes aos aplicados durante a Covid-19.
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