De acordo com o Serviço de Mudança Climática Copernicus (C3S) da União Europeia, as temperaturas globais da superfície do mar atingiram recordes pelo terceiro mês consecutivo e a extensão do gelo marinho da Antártida permanece em mínimos históricos para esta época do ano.
Estes recordes de temperatura e de fusão dos gelos registam-se antes do “impacto total do aquecimento do El Niño, que normalmente ocorre no segundo ano após o seu desenvolvimento”, afirmou o Secretário-Geral da OMM, Petteri Taalas.
De acordo com o boletim climático mensal C3S, estima-se que o mês de agosto, no seu conjunto, tenha sido 1,5°C mais quente do que a média pré-industrial de 1850-1900.
Entretanto, até agora, este ano (janeiro a agosto) é o segundo mais quente de que há registo, atrás de 2016, quando ocorreu um poderoso evento de aquecimento El Niño.
O mês de agosto registou as temperaturas médias mensais à superfície do mar mais elevadas de todos os meses, com 20,98 °C, e ultrapassou o recorde anterior (março de 2016) em todos os dias do mês.
A extensão do gelo marinho da Antárctida manteve-se num nível recorde para a época do ano, com um valor mensal 12 porcento abaixo da média, de longe a maior anomalia negativa para agosto desde que as observações por satélite começaram no final da década de 1970.
A extensão do gelo marinho no Ártico ficou 10 porcento abaixo da média, mas bem acima do mínimo histórico de agosto de 2012.
As previsões da agência e do Met Office do Reino Unido mostram que há 98% de hipóteses de pelo menos um dos próximos cinco anos ser o mais quente de que há registo e 66 porcento de hipóteses de ultrapassar temporariamente 1,5°C acima da média de 1850-1900.
rgh/lpn/glmv