Isso foi avaliado pelo pesquisador Raúl Rodríguez, diretor do Centro de Estudos Hemisféricos e dos Estados Unidos da Universidade de Havana (Cehseu), para quem a Casa Branca insiste em continuar com duas das decisões que trazem as consequências mais negativas para a economia cubana.
Em declarações exclusivas à Prensa Latina, Rodríguez concordou que as decisões da Casa Branca anunciadas no dia anterior para facilitar as viagens e remessas ao país caribenho, bem como a expansão dos serviços consulares de Washington em Havana estão no caminho certo.
No entanto, o especialista alertou que ainda é necessário aguardar a regulamentação específica para implementar essas diretrizes, que podem variar dependendo do ambiente político.
Ele comentou que talvez as novas disposições estejam relacionadas às críticas recebidas de personalidades da região sobre o fato de o atual governo ter mantido exatamente a política hostil e agressiva da era Donald Trump (2017-2021).
Possivelmente Washington quer limpar sua imagem de agressor diante do impacto humanitário das sanções contra Cuba, mas com as novas medidas mantém sua posição de impedir que o governo cubano obtenha fundos, explicou Rodríguez.
Para o diretor do Cehseu, com esse objetivo eles buscam capacitar diretamente o setor privado, que por sua vez pode ser um agente de mudança dentro do país, que é o objetivo primordial do governo norte-americano.
O Departamento de Estado da nação do norte anunciou nesta segunda-feira o pacote de medidas que flexibilizam algumas das 243 regulamentações impostas pelo governo do republicano Donald Trump (2017-2021).
Entre elas estão o restabelecimento do Programa de Reunificação Familiar e a intenção de emitir 20.000 vistos anuais dos acordos migratórios bilaterais.
Eles também planejam autorizar contatos profissionais e educacionais, a expansão de viagens a esse país com vistos de múltiplas entradas e estabelecer voos para as províncias, atualmente restritas a Havana, bem como a eliminação do limite de remessas de mil dólares a cada três meses.
Essas provisões chegam quase um ano e quatro meses depois de assumir a chegada à Casa Branca do democrata Joe Biden, que em seus dias de campanha eleitoral prometeu reverter as políticas de seu antecessor, Donald Trump.
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