No gigante sul-americano, essa regra é chamada de precatório e é um documento que indica o montante de capital que o Tesouro Nacional deve a determinada pessoa ou empresa.
Quando o precatório é emitido, o valor da dívida deve entrar no orçamento do governo, a ser pago em data futura. O não pagamento das privações homologadas pela Justiça viola a Constituição, daí a necessidade de alteração de cinco artigos da lei fundamental de 1988.
A votação da iniciativa foi adiada na véspera, pouco depois de os senadores aprovarem a indicação do pastor evangélico André Mendonça para um cargo no Supremo Tribunal Federal.
Por sugestão do líder do Governo e relator da PEC dos precatórios, Fernando Bezerra, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, apreciou que a assembleia analisará a medida ao longo desta quinta-feira e a votará, inclusive por sufrágio virtual.
Segundo Bezerra, está sendo fechado um acordo sobre a proposta e ele comunicou que está discutindo o aprofundamento de quatro pontos de sua opinião com outros senadores e a equipe econômica do Executivo.
Para o relator, um desses trechos se refere ao limite máximo relacionado à precariedade do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização da Educação.
Aprovada nesta terça-feira pela Comissão de Constituição e Justiça, a PEC dos precatórios precisa de pelo menos 49 votos a favor em dois turnos de votação em plenário para ser aprovada.
A PEC altera as regras de liquidação dessas dívidas governamentais, cujo pagamento era determinado pelos tribunais, e altera o prazo para correção do teto de gastos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo.
A proposta visa dar margem ao governo de Jair Bolsonaro para implementar o programa Auxilio Brasil em substituição ao Bolsa Família, e a intenção do governo é que sua aprovação ocorra a tempo de permitir o pagamento da ajuda antes do Natal.
Caso a PEC seja aprovada, o Executivo ficará exonerado do pagamento da metade dos precatórios que expiram no próximo ano. Essa parte seria parcelada nos próximos 10 calendários.
Pretende-se postergar o desembolso de cerca de 8,2 bilhões de dólares, ainda que não sejam cumpridas sentenças judiciais.
O Governo deseja usar essas economias para garantir fundos para Auxilio Brasil, um esquema de transferência de renda para 17 milhões de famílias pobres em 2022.
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