De acordo com a porta-voz do Ministério da Defesa Nacional, tenente-general Maly Socheata, “a situação na linha de frente desde as 12h (hora local) do dia 27 de dezembro até as 8h desta manhã permanece calma”.
Em conferência de imprensa, a porta-voz do ministério sublinhou que as forças cambojanas respeitam plenamente este acordo, mas mantêm-se firmes e vigilantes para continuar a monitorizar o cessar-fogo.
Por sua vez, em declarações divulgadas pela agência de notícias AKP, o vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa Nacional do Camboja, general Tea Seiha, manifestou hoje sua esperança de que a Tailândia aja com transparência e boa fé na implementação dos acordos alcançados ontem.
O cumprimento integral do acordado é essencial para garantir a segurança das tropas e dos civis de ambas as partes, enfatizou.
Seiha lembrou que, de acordo com a Declaração Conjunta assinada por ele e seu homólogo tailandês, o general Nattaphon Narkphanit, na Terceira Reunião Especial do GBC, o cessar-fogo se aplica a todos os tipos de armas, incluindo ataques contra civis, bens e infraestruturas civis e alvos militares de ambas as partes, em todos os casos e zonas.
Ambas as partes devem evitar disparos não provocados, bem como manter os atuais destacamentos de tropas sem mais movimentos em direção à posição da outra parte, incluindo patrulhas.
Eles também concordaram que todos os acordos nos termos desta Declaração Conjunta são entendidos sem prejuízo da demarcação da fronteira e da fronteira internacional entre os dois países.
Nesse sentido, decidiram remeter à Comissão Conjunta de Limites a retomada, o mais rapidamente possível, dos trabalhos de reconhecimento e demarcação, em conformidade com os acordos em vigor entre ambos os países para alcançar uma paz duradoura na fronteira.
Outro ponto acordado foi que, após a plena aplicação do cessar-fogo por 72 horas, os 18 soldados cambojanos detidos pelas tropas tailandesas serão libertados e devolvidos ao seu país, de acordo com o espírito da Declaração Conjunta de Kuala Lumpur, assinada em 26 de outubro de 2025.
“Espero que a parte tailandesa mantenha o espírito desta reunião especial com transparência e sinceridade, e respeite estritamente o cessar-fogo em benefício da paz, da segurança e da proteção das forças armadas e dos povos de ambos os países”, reiterou Seiha.
O mais recente conflito armado entre o Camboja e a Tailândia eclodiu em 7 de dezembro passado e, de acordo com estatísticas do Ministério da Defesa Nacional, deixou um saldo de 31 civis mortos, 91 feridos, dezenas de milhares de deslocados e graves danos a habitações, infraestruturas e algumas áreas patrimoniais.
mem/mpm/mb





