30 de April de 2024
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Os valores indígenas do México em perigo nas vitrines de alta costura

Os valores indígenas do México em perigo nas vitrines de alta costura

Havana, 25 jun (Prensa Latina) Hoje, várias das marcas de moda e estilistas mais prestigiados do mundo enfrentam acusações de plágio, após se apropriarem dos atraentes tecidos dos povos indígenas do México, com impunidade quase absoluta.

A reincidência da marca espanhola Zara, com meia dúzia de reclamações contra ela na última década, aumenta os decibéis dos alarmes diante de um fenômeno que outras empresas reconhecidas como Carolina Herrera, Louis Vuitton, Mango e Michael Kors não escapam.

As empresas cruzam constantemente a linha vermelha entre a criatividade e a apropriação indevida, surgindo casos notórios como a linha de sarapés, sobretudos, faixas, apresentada pela francesa Isabel Marant, que copiou os tecidos típicos dos territórios de Charapan, Angahuan e Santa Clara del Cobre.

Para se ter uma amostra maior dentro dessa complexidade que literalmente tem tecido para cortar, vale a pena adicionar Dior, Antropología, Patol, Santa Marguerite, Etoile, Pineda Covalin, Jacquemus, Madewell, Desigual, Intropia, Zimmermann e vários mais.

Registros do Ministério da Cultura dessa nação nortenha indicam que, entre 2012 e 2019, cerca de 25 confecções nacionais e internacionais incorreram na apropriação dos valores patrimoniais de comunidades indígenas como Oaxaca, Chiapas, Velasco, Hidalgo, entre outras.

Bordado de Tenango de Doria; Técnicas artesanais de Oaxaca, Mixteca ou Zapoteca; Camisetas estampadas com calendário asteca e tecidos diversos se destacam dentro da milionária indústria das passarelas, embora os principais cultivadores dessas técnicas fiquem fora desse maquinário comercial.

Uma revisão das páginas oficiais de algumas empresas mostra o desequilíbrio do mercado, que estipula um valor entre 25 e 150 dólares para um sarapé artesanal de Saltillo, enquanto uma marca Carolina Herrera ou Louis Vuitton eleva o custo de uma peça semelhante a mil ou quatro mil dólares.

Atrás de justificativas como a homenagem à identidade ancestral ou o desconhecimento, centenas de peças de vestuário são expostas nas vitrines das butiques de alta costura, contexto agravado pela falta de arcabouço legal contra a apropriação indevida de elementos tradicionais.

Precisamente 2021 trouxe novas garantias para este setor tradicional com a aprovação da lei geral para salvaguardar os elementos da cultura e da identidade dos povos e comunidades indígenas, que reconhece o trabalho daqueles que por gerações preservaram o patrimônio do México.

O novo marco legal contempla entre suas bases a titularidade dos direitos coletivos, a criação de um sistema nacional de proteção, um registro dos referidos elementos, bem como um conjunto de sanções que estipulam penas de até 10 anos de reclusão ou multa.

Entre os argumentos apresentados pelo Ministério da Cultura, governo e grupos criativos, destaca-se a perda do sentido original dessas representações da identidade artística, que se tornam padrões seriados de qualquer indústria têxtil.

É verdade que o fenômeno parece estar em alta nos últimos tempos, bem como as denúncias e os movimentos de defesa do patrimônio que conseguiram denunciar com força várias empresas, algumas das quais retiraram o seu acervo do mercado e expressaram publicamente desculpas.

A nova legislação e o reconhecimento internacional conquistado pelas artesãs e os artesãos indígenas, marcam um novo caminho no resgate da identidade individual e comunitária dos povos originários do México.

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