‘A cloroquina, infelizmente, nunca teve a plausibilidade biológica de funcionar’, explicou Pasternak à Comissão do Senado (CPI), que está avaliando a resposta do governo à pandemia.
Ela disse que ‘a forma como bloqueia a entrada do vírus na célula só funciona in vitro, em um tubo de ensaio, porque no tratamento respiratório o caminho é diferente’.
Nunca funcionou para doenças virais. ‘A cloroquina foi testada e falhou em várias doenças causadas por vírus, tais como zika, dengue, chikungunya, SARS, AIDS, Ebola…. Nunca funcionou’, disse ela.
Pasternak disse que a cloroquina foi testada em tudo: animais, humanos, de todas as maneiras possíveis, e não responde ao que é necessário.
A especialista assinalou que o chamado Kit Covid não tem base científica, pelo contrário. No caso da hidroxicloroquina, juntamente com a azitromicina, são registrados sem possuir prova de segurança e são dois medicamentos com efeito colateral, como o aumento das complicações cardíacas.
Ela defendeu o estudo de abril de 2020 da Universidade Federal do Amazonas com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade de São Paulo, uma das primeiras do mundo a mostrar a ineficácia da cloroquina contra a Covid-19.
A pesquisa foi atacada por defensores do tratamento precoce, como o senador Luis Carlos Heinze, disse ela.
Também na ICC, o médico Claudio Maierovitch, que presidiu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária de 2003 a 2008, denunciou que a população brasileira é tratada como animais.
‘O governo tem mantido sua posição de produzir imunidade de rebanho, com todas as suas conotações, para a população, em vez de adotar medidas reconhecidas pela ciência para lidar com a crise sanitária’, disse ele.
Tal imunidade, também conhecida como imunidade comunitária, ocorre quando uma população é protegida de uma doença, seja devido à existência de uma vacina ou à exposição.
Maierovitch revelou que, quase um ano após a pandemia, uma pesquisa realizada pelo Lowy Institute da Austrália em janeiro de 2021 mostrou o Brasil como o país com pior resposta ao patógeno, entre as 98 nações pesquisadas.
A CPI foi criada para investigar o desempenho do Poder Executivo diante da Covid-19, que até o momento já alegou 484.235 mortes e 17.296.118 infecções.
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