Devido ao seu tempo de serviço limitado, as aeronaves MiG-29 não estarão mais em serviço na Força Aérea Polonesa. “Estamos em negociações com o lado ucraniano para transferi-las para Kiev”, declarou o ministro, enfatizando que essa “solidariedade deve ser recíproca”.

Segundo a agência de notícias PAP, o Estado-Maior polonês confirmou na plataforma de mídia social X que as negociações paralelas incluem o fornecimento de “tecnologias selecionadas de mísseis e tecnologia para a criação de drones”, o que constituiria uma troca inédita de tecnologia militar entre os dois países.

Segundo dados oficiais, a Força Aérea Polonesa possuía 11 MiG-29As e três MiG-29UBs até 2024, aeronaves que já atingiram o fim de sua vida útil e cuja modernização é considerada inviável. Elas serão progressivamente substituídas por caças F-16 americanos e FA-50 sul-coreanos.

Analistas consideram a proposta uma transação estratégica, e não um gesto altruísta, enquanto especialistas da indústria de defesa apontam que o acordo reflete uma mudança na dinâmica da ajuda.

A Ucrânia passou de mera receptora de armamentos a fornecedora de tecnologia militar inovadora, o que lhe confere certo poder de negociação mesmo com aliados maiores, observou a analista de segurança Joanna Przybylska.

A possível transferência, ainda sujeita a negociação, marcaria um novo capítulo na cooperação militar entre Varsóvia e Kiev, transformando a relação doador-receptor em uma aliança tecnológica mais simétrica, em um contexto no qual a Polônia busca fortalecer seu complexo militar-industrial.

Desde 24 de fevereiro de 2022, a Rússia mantém uma operação militar especial na Ucrânia, cujos objetivos, segundo o presidente Vladimir Putin, são proteger a população do “genocídio pelo regime de Kiev” e lidar com os riscos à segurança nacional representados pela expansão da OTAN para o leste.

A União Europeia fornece apoio financeiro à Ucrânia, envia armas e também treina militares ucranianos em Estados-membros da UE.

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