De acordo com o acordo assinado em Bari (Itália) durante as recentes sessões do Comitê Executivo da FIP, divulgado pelos coletivos nas redes sociais, vários sindicatos do istmo travam uma dura batalha contra um Executivo que judicializou o direito à greve e ao protesto social.
O texto da moção indica que, como parte da estratégia do governo, dois líderes sindicais do setor da construção civil (Jaime Caballero e Genaro López) continuam detidos.
Também indicam que um desses dirigentes (Erasmo Cerrud) se encontra refugiado na embaixada da Nicarágua e outro (Saúl Méndez) no exílio, além de mais de 180 dirigentes processados judicialmente e mais de mil e 500 trabalhadores demitidos, na última greve contra a reforma da previdência social, que viola os direitos dos contribuintes.
A FIP, fundada em 1926, lembra que o movimento sindical panamenho apresentou denúncias à Organização Internacional do Trabalho (OIT) por violação das normas trabalhistas, paralisação dos trâmites de petições e negociação coletiva.
Além disso, contestam as tentativas de expropriar as quotas sindicais, o encerramento das contas bancárias do sindicato dos trabalhadores da indústria da construção civil e dos seus dirigentes. Por outro lado, apontam a violação do direito à greve, a suspensão ilegal dos recursos para a educação sindical, a campanha institucional com mensagens estigmatizantes e discriminatórias por parte do presidente (José Raúl Mulino) e da ministra do Trabalho, Jackeline Muñoz, bem como a judicialização de dirigentes sindicais durante as manifestações.
A OIT, nesse sentido, incluiu pela segunda vez o Panamá na lista de países que violam os direitos trabalhistas, apontado por graves descumprimentos com os trabalhadores estabelecidos nos acordos assinados com a organização mundial.
Em sua mensagem, a FIP, que representa 600 mil profissionais da mídia em 187 sindicatos e associações, lembrou ainda que a primeira vez foi em 2011, após a repressão policial ordenada pelo governo de Ricardo Martinelli (2009-2014), que causou a morte de dois líderes sindicais na localidade de Changuinola e deixou 60 trabalhadores cegos, e da qual o atual presidente panamenho fez parte como ministro da Segurança, responsável por ordenar o conhecido massacre de San Félix. A FIP concordou, nesse sentido, em coordenar o acompanhamento do movimento sindical panamenho durante sua participação na Conferência Internacional da OIT em junho de 2026, onde essas denúncias serão abordadas.
Também instou o governo panamenho a buscar uma solução negociada para que cesse o assédio e a perseguição judicial ao movimento sindical e popular, criminalizando os direitos de associação, sindicalização e greve, consagrados nas leis locais e nos acordos internacionais ratificados por essa nação centro-americana.
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