Dirigido por Ignacio Agüero — seu mais recente trabalho cinematográfico — e agora apresentado no evento cubano, a produção será exibida hoje às 17h, horário local, no cinema Acapulco, nesta capital. O cineasta combina arquivos familiares e visões do presente, entrelaçando 50 anos de sua vida com a história sociopolítica do Chile, enquanto a montagem viaja através das épocas, entre luzes e sombras, sem nunca abandonar a alegria.

O que você diria aos seus pais falecidos? Essa é a pergunta que o cineasta se fez e que todos ao seu redor se fazem ao enfrentar essa jornada cinematográfica entre o passado e o presente.

O filme se apresenta como um ritual delicado e persistente de contato com o irrecuperável e, longe da forma convencional da “carta filmada”, expande o gênero até transformá-lo em um exercício de memória e sonho, assim como o cineasta e teórico chileno Raúl Ruíz, referência incontornável para Agüero, segundo o site chileno Caligari.

Agüero se propõe a criar uma forma de atualizar seus pais sobre os acontecimentos, tanto íntimos e familiares quanto sociais e políticos, desde a morte do pai, dias após a vitória de Allende, até hoje.

Trata-se de uma viagem por cinco décadas da vida do cineasta e do país, e uma trama muito pessoal, além de social e política, que persiste na forma investigativa e exploratória do cinema deste diretor, que derivou no chamado cinema da divagação.

O 46º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana será realizado de 4 a 14 de dezembro e será dedicado ao centenário do presidente fundador deste certame, Alfredo Guevara.

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