O estudo, elaborado pela Rede Latino-Americana e Caribenha para a Justiça Econômica, Social e Climática (Latindadd) e pelo Centro de Direitos Econômicos e Sociais (CDES), afirma que o país sul-americano é o segundo mais endividado com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em julho de 2025, a dívida pública consolidada (interna e externa) atingiu US$ 84 bilhões, representando 65% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com a análise.
A Latindadd e o CDES apontam que 21% da receita estatal é destinada exclusivamente ao pagamento da dívida, reduzindo o espaço fiscal disponível para políticas sociais.
A pesquisa conclui que a dívida deixou de ser um mecanismo temporário para financiar investimentos e se tornou um instrumento permanente para manter a liquidez em uma economia dolarizada sem política monetária própria.
Uma das preocupações das entidades responsáveis pelo estudo é que uma parcela significativa das operações de dívida do Equador foi realizada sem aprovação legislativa, o que consideram uma violação dos princípios da transparência e do controle democrático.
Além disso, o relatório aponta que a reestruturação global de títulos de 2020 “socializou perdas e privatizou ganhos”, ao mesmo tempo que submeteu o país a cláusulas de jurisdição estrangeira que limitam sua soberania financeira.
O relatório também questiona as recentes trocas de dívida por natureza nas Ilhas Galápagos e na Amazônia, que caracteriza como operações com estruturas contratuais opacas, altos custos financeiros e redução mínima do estoque da dívida.
Diante desse cenário, a Latindadd e o CDES recomendam uma auditoria abrangente de toda a dívida contraída desde 2014, incluindo acordos com o FMI, reestruturações de títulos e trocas ambientais.
Na véspera, o FMI informou que uma equipe técnica aprovou um novo desembolso de US$ 620 milhões, que será liberado assim que o conselho da organização der sua aprovação. Esse desembolso fará parte do acordo de empréstimo de US$ 5 bilhões firmado com o governo de Daniel Noboa.
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