Quarta-feira, Dezembro 03, 2025
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Brasil registra maior progresso social em mais de uma década

Brasília, 3 de dez (Prensa Latina) O Brasil encerrará 2025 com um dado que marca um ponto de virada em sua luta histórica contra a desigualdade: o país registrou o menor nível de concentração de renda desde o início das medições, em 2012.

O índice de Gini, barômetro internacional da desigualdade, caiu para 0,504, uma melhora significativa em comparação com os 0,517 do ano anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa redução da desigualdade foi acompanhada por uma forte queda na pobreza, em apenas um ano, quase nove milhões de brasileiros saíram da pobreza.

A proporção de pessoas vivendo na pobreza caiu de 27,3% para 23,1%, uma mudança que o próprio IBGE atribui à expansão e ao fortalecimento dos programas de transferência de renda social.

Sem essas políticas, alerta o IBGE, a pobreza extrema seria quase três vezes maior. Embora os indicadores gerais estejam melhorando, os dados retratam um país profundamente desigual em sua composição interna.

As diferenças raciais continuam a definir o mapa da privação: enquanto a pobreza afeta 15,1% dos brasileiros brancos, ela sobe para 25,8% entre os brasileiros negros e chega a 29,8% entre os brasileiros mestiços.

As disparidades territoriais também são marcantes: o sul do país apresenta taxas de pobreza de 11,2%, mas no norte e nordeste, as taxas disparam, aproximando-se de 36% e 39%, respectivamente.

O mercado de trabalho revela outra falha estrutural, embora ter um emprego reduza consideravelmente o risco de cair na pobreza, quase um em cada cinco trabalhadores informais ainda não ganha o suficiente para escapar dessa situação.

A vulnerabilidade é ainda maior no setor agrícola, onde 29,3% permanecem na pobreza. Entre os desempregados, a situação é crítica: quase metade vive com rendimentos abaixo do mínimo definido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A linha que delimita essas categorias é nítida, segundo o instituto, um brasileiro é considerado pobre se recebe até 694 reais por mês (cerca de US$ 131) e extremamente pobre se vive com menos de 218 reais (US$ 41) por mês.

Ambos os parâmetros revelam que, embora o país tenha progredido, milhões de famílias ainda enfrentam um cotidiano marcado pela fragilidade econômica.

O conjunto de indicadores confirma uma tendência: o Brasil está vivenciando uma melhora significativa em suas condições sociais, mas o ritmo do progresso continua condicionado por desigualdades históricas (raciais, regionais e trabalhistas) que continuam a definir quem prospera e quem fica para trás.

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