Quarta-feira, Dezembro 03, 2025
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Itália denuncia planos agressivos dos EUA contra a Venezuela

Roma, 1 dez (Prensa Latina) As ações agressivas do governo dos Estados Unidos contra a Venezuela fazem parte de uma guerra multidimensional contra essa nação, que busca derrubar seu governo legítimo, denunciam hoje os meios de comunicação italianos.

Um relatório publicado no jornal Il Faro, de Roma, destaca que uma ampla mobilização popular solidária cresce na Itália em apoio ao povo venezuelano, que enfrenta esses ataques, que Washington justifica como supostas operações antinarcóticos, por ter escolhido “de forma soberana seu próprio caminho político e econômico”.

A análise alerta para um agravamento do perigo, após novas declarações hostis do presidente norte-americano Donald Trump, que, após mobilizar navios de guerra para as costas da Venezuela, declarou o fechamento ilegal de seu espaço aéreo e anunciou possíveis incursões terrestres.

Em declarações ao jornal, o economista Luciano Vasapollo, cofundador do capítulo italiano da Rede de Intelectuais em Defesa da Humanidade, apontou que “a agressão contra a Venezuela é uma guerra multidimensional: econômica, financeira, comunicacional”.

As ações imperialistas contra essa nação soberana, segundo ele, “buscam causar sofrimento ao povo para depois acusar o governo de não saber administrar a crise”, o que “é um modelo de manipulação amplamente comprovado”.

O também líder da Rede dos Comunistas da Itália afirmou que Trump e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, “são porta-vozes desse esquema: usar a violência econômica para preparar o terreno para uma eventual intervenção política ou militar”. “Infelizmente, a União Europeia, em vez de exercer autonomia geopolítica, muitas vezes seguiu a linha americana, e a Itália deveria recuperar uma tradição de política externa independente, baseada no respeito ao direito internacional e na cooperação”, afirmou.

O renomado analista político enfatizou que “a defesa do socialismo bolivariano é uma batalha que diz respeito a todos nós”, porque a Venezuela “é um laboratório de emancipação” e “sua derrota seria uma derrota para todos os povos que lutam contra a exploração”. Ele se referiu às manifestações do último fim de semana, em Roma, que considerou uma demonstração palpável de que a solidariedade internacionalista “não é um conceito abstrato, mas uma prática concreta”.

“Milhares de pessoas nas ruas reafirmaram que a soberania dos povos não se negocia e que defender a Venezuela significa defender um projeto político que devolveu ao centro a dignidade, os direitos sociais, a redistribuição da riqueza e a cooperação entre os povos diante da pilhagem imperialista”, afirmou.

“Em um mundo onde a propaganda tenta apresentar o opressor como vítima e a vítima como agressora, ver tantas pessoas se alinhando claramente com um povo sob ataque é uma mensagem poderosa, de que a solidariedade entre trabalhadores e movimentos está viva, que a verdade ainda pode prevalecer”, acrescentou Vasapollo.

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