Domingo, Novembro 23, 2025
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“Pode ou não haver uma guerra no Caribe”, afirma historiadora cubana

Santiago do Chile, 23 de nov (Prensa Latina) O envio de tropas militares dos Estados Unidos ao Caribe é um perigo hoje não só para essa sub-região, mas também para toda a América Latina, alertou aqui a doutora cubana em Ciências Históricas María Elena Álvarez.

Por Carmen Esquivel

A professora titular do Instituto Superior de Relações Internacionais participou na sede da Sociedade de Escritores do Chile (SECH) de um debate sobre “Lutas anti-imperialistas e o direito à soberania e autodeterminação dos povos”.

Em declarações à Prensa Latina, Álvarez explicou que a situação no Caribe é muito complicada, sobretudo porque os Estados Unidos perderam a hegemonia no mundo e, por isso, estão tentando retomar e consolidar posições no que sempre consideraram seu quintal.

“Pode ou não haver guerra, mas, na prática, poderia ocorrer um incidente que ameaçasse não apenas os países do Caribe, mas todos os latino-americanos”, alertou.

Sob o pretexto da luta contra as drogas, os Estados Unidos enviaram à região seu maior porta-aviões, destacaram tropas, iniciaram manobras militares e ordenaram ataques contra embarcações supostamente dedicadas ao transporte de narcóticos.

Essa ação de força já custou a vida de mais de 80 pessoas, lembrou ele.

Washington continua, além disso, sua política de ameaças contra a Venezuela e, na sexta-feira, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos instou os voos comerciais a extremarem a precaução ao sobrevoar esse país, o que levou várias companhias aéreas a cancelar viagens para Caracas.

Em sua conversa com a Prensa Latina, a historiadora cubana também abordou a situação no Oriente Médio.

“Em Gaza, testemunhamos a matança, a destruição, o genocídio contra um povo que, em definitiva, está defendendo seu direito de existir”, disse ela, acrescentando que ali ficou evidente a crise do direito internacional.

Para a pesquisadora, talvez o mais triste seja que a ONU santificou o plano para Gaza proposto pelos Estados Unidos, uma potência que apoia Israel e nunca defendeu a Palestina.

Esse plano não inclui a fundação do Estado Palestino, não diz como será estabelecida a força que Donald Trump quer, mas o mais terrível é que não condena Israel, nem exige nada dele, e então continua bombardeando, denunciou.

A professora cubana integrou um painel na Sech, do qual também participaram o acadêmico da Universidade do Chile Juan Carlos Aguirre e o escritor e analista político Omar Cid.

Entre os participantes do encontro estavam o embaixador de Cuba no Chile, Oscar Cornelio Oliva, membros do corpo diplomático, líderes de partidos políticos e organizações sociais e humanitárias, acadêmicos, amigos da ilha e outras personalidades.

O diplomata cubano informou que, em março do próximo ano, será realizado em Havana um evento acadêmico e científico pelos 30 anos de vigência da Lei Helms-Burton, uma lei para a internacionalização e o endurecimento do bloqueio contra seu país.

A professora titular do Instituto Superior de Relações Internacionais visitou vários centros universitários, participou de eventos como o Mês dos Afrodescendentes em Arica e conversou com estudantes e professores sobre os problemas mais relevantes da atualidade.

mem/Car/mb

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