A Casa da Amizade do Movimento Argentino de Solidariedade com Cuba (MASCuba), em Buenos Aires, foi o local ideal para a comemoração, que reuniu um grande público que ouviu atentamente os oradores.
O evento serviu para relembrar e reiterar o apoio ao líder revolucionário e ao seu povo nestes tempos difíceis, marcados por uma epidemia, pelos esforços de recuperação após um furacão devastador e pelos efeitos desastrosos do bloqueio de Washington.
Rubén Zaccaro, um dos líderes do MASCuba, abriu a cerimônia de comemoração, seguido por Hugo Fontana, um dos profissionais argentinos que viajaram para Cuba após o triunfo da revolução para oferecer sua profissão de arquiteto ao incipiente desenvolvimento da ilha; em seguida, foi a vez de Stella Calloni, cientista política argentina; depois, Esteban Luchetta discursou.
O chefe da missão, Jorge Martí, contribuiu para a comemoração, e Erenia García, presidente da União dos Cubanos Residentes na Argentina (URCA), encerrou o evento.
Zaccaro recordou como Fidel resgatou o pensamento emancipatório do herói da independência José Martí no ano do seu centenário e lançou o ataque ao Quartel Moncada, que foi a faísca que mais tarde incendiou a revolução.
Ele também analisou o que chamou de epopeia cubana na África, que culminou na consolidação da independência de Angola, na libertação da Namíbia e no fim do apartheid na África do Sul. “Esses feitos refletiram a doutrina internacionalista de Fidel, que ele incutiu no povo cubano.”
Fontana compartilhou diversas experiências de seus sete anos na ilha, meses em Havana, quatro anos em Holguín e dois em Santiago de Cuba, e relatou sua experiência quando, poucos dias após sua chegada, ocorreu a fracassada invasão organizada pelo governo estadunidense na Baía dos Porcos.
“Foram anos de fervor revolucionário, nos quais pude sentir o apego do povo cubano ao processo liderado por Fidel, o amor que sentiam por ele”, recordou Fontana.
Calloni recordou Fidel como um homem simples que admitia prontamente os seus erros e que nunca se considerou um super líder. “Devemos lembrar-nos dele pelo seu humanismo, pelo sentido de solidariedade que demonstrou ao prestar auxílio às nações necessitadas, quer devido a catástrofes naturais, quer a epidemias.”
“Fidel incutiu no povo cubano e em seus atuais líderes uma coragem admirável: a de ver como uma pequena ilha enfrenta um gigante, e é inspirador ver como isso desmascara as mentiras do governo de Donald Trump em seu ataque contra a Venezuela”, disse ele, e elogiou o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, por sua bravura em defender a ilha na ONU.
“Tudo isso faz parte do legado que o povo cubano herdou de Fidel, um homem à frente de seu tempo. Um de seus principais conselhos, que ele deixou para outros líderes, é aprender a ler a língua do povo”, comentou o prestigiado intelectual. Lucheta, um jovem cientista político, concordou com Stella que a melhor maneira de lembrar Fidel é estudando e aplicando seu legado revolucionário. “Os tempos exigem isso na América Latina hoje”, disse ele.
Por sua vez, o chefe da Missão Cubana na Argentina, Jorge Martí, destacou o que considerava duas virtudes essenciais de Fidel como líder: comunicar a verdade, “por isso o povo acreditava nele”, e lutar sempre para alcançar e consolidar a unidade, pois sempre viu nela a força para impulsionar a revolução.
Portanto, “o povo retribuiu e confiou nele; o povo acreditou nele, não como um deus de cristal, mas como um ser corajoso, determinado, leal e coerente”, enfatizou o diplomata.
Após descrever Fidel como “o arquiteto da revolução cubana”, Erenia García, chefe da URCA, o chamou de “um símbolo de resistência, justiça social e soberania que inspirou gerações inteiras a lutar por um mundo mais equitativo e digno”.
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