Apresentado em uma reunião de alto nível da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), o documento delineia metas ambientais, econômicas e sociais voltadas para a transformação do cenário produtivo, o estímulo à inovação tecnológica e a consolidação de um modelo de crescimento sustentável e compartilhado.
Esta proposta apela à coordenação de esforços, ao alinhamento de políticas e à aceleração da transição energética, promovendo simultaneamente a modernização industrial e abrindo novas oportunidades para os países em desenvolvimento dentro da economia verde.
“As metas climáticas devem ser acompanhadas por uma verdadeira transformação econômica”, lembrou o vice-presidente brasileiro Geraldo Alckmin.
Ana Toni, diretora-executiva da COP30, concordou que a agenda está avançando com um ímpeto sem precedentes. “A industrialização verde é um caminho irreversível. Devemos trabalhar juntos para que todos os países progridam da melhor maneira possível”, afirmou, celebrando o fato de o tema ter saltado, em tempo recorde, das negociações técnicas para a ação coordenada.
O caráter histórico do anúncio também foi ressaltado por Gerd Müller, Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI). “Estamos vinculando metas climáticas a ações concretas para a indústria, impulsionando a inovação, o investimento e a inclusão”, observou.
A ONUDI orgulha-se de apoiar esse esforço, que visa não apenas à descarbonização industrial, mas também ao desenvolvimento, à geração de empregos e ao avanço tecnológico, destacou.
A abordagem social emergiu como um eixo indispensável. Júlia Cruz, Secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Brasil, alertou que a transição só será bem-sucedida se incorporar as populações diretamente ligadas às indústrias e suas matrizes energéticas. “Precisamos garantir empregos e benefícios para as comunidades. Se não houver uma estratégia de desenvolvimento para essas pessoas, elas buscarão formas alternativas de sobrevivência, inclusive em mercados criminosos como a extração ilegal de madeira ou a mineração”, alertou.
A Declaração de Belém estabelece um quadro para a coordenação de iniciativas no âmbito da COP e para a aceleração da transformação do setor industrial, reconhecendo também a necessidade de financiamento e apoio técnico para a implementação de políticas sustentáveis em escala global.
O documento permanece aberto a novas assinaturas de países e organizações, em um esforço para fortalecer uma coalizão capaz de impulsionar a industrialização verde para além da retórica e transformá-la em um processo genuíno, inclusivo e global.
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