A diretora do Departamento de Clima do Ministério das Relações Exteriores, Liliam Chagas, enfatizou que “as negociações começaram bem” na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que teve início em 10 nov e se estende até o dia 21.
Em entrevista ao site do fórum, a diplomata destacou que a sessão preparatória realizada em Bonn, na Alemanha, em junho, permitiu que se chegasse a um consenso preliminar sobre questões-chave: adaptação, transição justa, financiamento climático, perdas e danos, gênero e clima, bem como a implementação do primeiro Balanço Global do Acordo de Paris.
A agenda oficial desta edição inclui mais de 140 tópicos, com três prioridades consideradas: adaptação climática, transição justa e Balanço Climático Global.
Ao contrário das conferências anteriores, a COP30 não gira em torno de um único eixo temático. “A abordagem será mais ampla. Se os diversos tópicos forem bem geridos, podemos passar das regulamentações para a implementação efetiva dos compromissos”, explicou Chagas.
Em relação à Meta Global de Adaptação, a embaixadora especificou que, em Belém, buscarão definir marcos que permitam mensurar o progresso das nações “para orientar políticas como a construção de habitações resilientes ou o planejamento urbano diante de eventos extremos”.
Sobre a transição justa, ela enfatizou a necessidade de criar um programa de trabalho com diretrizes que coloquem as pessoas no centro da ação climática.
“Queremos que aqueles que perderem seus empregos em setores dependentes de combustíveis fósseis possam se requalificar para trabalhar na nova economia de baixo carbono”, explicou. O terceiro pilar, a implementação do Balanço Global, busca traduzir as recomendações do primeiro relatório, publicado há dois anos, em ações concretas.
“É urgente avançar na transição energética para fontes renováveis e pôr fim ao desmatamento. Ainda há muito a ser feito”, enfatizou Chagas.
A COP30 foi precedida pela Cúpula de Líderes, realizada nos dias 6 e 7 nov nesta cidade amazônica, onde o Brasil lançou o Apelo à Ação de Belém e os chefes de Estado reafirmaram seu compromisso com o multilateralismo e as metas do Acordo de Paris.
Todos concordaram que é hora de acelerar os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau Celsius e fortalecer o financiamento climático. “A Cúpula cumpriu seu papel de fornecer o impulso político que agora está sendo traduzido em ação”, concluiu Chagas.
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