Quinta-feira, Novembro 13, 2025
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Latinos promovem a voz do Sul Global e a multipolaridade na China

Xangai, 13 nov (Prensa Latina) Pesquisadores, jornalistas e ativistas da América Latina analisaram hoje aqui o auge do Sul Global, ao mesmo tempo em que defenderam um mundo multipolar e inclusivo que rompa com a hegemonia ocidental.

Durante o Fórum Acadêmico do Sul Global, a pesquisadora mexicana Ana Esther Ceceña destacou a importância de romper com a hegemonia cultural e articular mais espaços de diálogo como esses, que envolvam atores de diferentes partes do mundo.

A professora apresentou um panorama sobre a ascensão e posterior crise estrutural do poder dos Estados Unidos e do Ocidente coletivo após a Segunda Guerra Mundial.

Ela observou que, nas últimas décadas, vários países recuperaram peso geopolítico por meio de mecanismos como o BRICS e o fortalecimento do Sul Global.

Segundo a especialista, essa expansão atual responde a uma “articulação consensual” entre nações em desenvolvimento que buscam uma estrutura internacional mais equilibrada.

Ceceña identificou fatores estratégicos para o equilíbrio de poderes: os conflitos armados em zonas-chave do comércio global e o controle dos corredores energéticos e marítimos.

Ele destacou que a região que conecta a Ásia, a África e a Europa constitui hoje um eixo crítico por concentrar rotas comerciais e petrolíferas, além de ser um espaço de competição entre potências.

Em declarações à Prensa Latina, o diretor-geral da Ideas Multimedios de Cuba, Randy Alonso, destacou a importância de defender o compromisso com “um mundo diferente, de paz e diálogo, contra o fascismo e a xenofobia”.

Nesse sentido, ele disse que este Fórum Acadêmico do Sul Global promove a inclusão e o enfrentamento à guerra midiática promovida principalmente pelos Estados Unidos.

Por sua vez, a representante da Coordenação Nacional da Marcha Mundial das Mulheres, Tica Moreno, destacou que o fórum permite a construção de visões compartilhadas sobre a história e os desafios atuais, entre eles a disputa tecnológica entre a China e os Estados Unidos em torno da inteligência artificial e sua regulamentação.

Ele acrescentou à Prensa Latina que os movimentos populares no Brasil estão refletindo sobre a soberania digital popular, em articulação com o enfrentamento às grandes empresas tecnológicas e a cooperação com Pequim em áreas estratégicas e de integração regional.

Carlos Ron, professor venezuelano, aproveitou a oportunidade para denunciar e condenar em plenário os ataques dos Estados Unidos contra embarcações no Caribe, que trouxeram a ameaça iminente de guerra à região.

O Fórum Acadêmico do Sul Global reuniu aqui mais de 200 participantes de 29 países focados no tema do 80º aniversário da vitória contra o fascismo mundial, a ordem internacional do pós-guerra e os desafios do Sul Global.

npg/idm/bm

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