Os principais sindicatos do setor, entre eles a poderosa Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França (Fnsea), reagiram duramente na semana passada aos comentários feitos pelo chefe de Estado na cidade brasileira de Belém, onde abriu as portas para o apoio de Paris ao pacto que os agricultores consideram promotor da concorrência desleal.

O líder da Ultras da A64, Jérôme Bayle, é um dos mobilizados que aguardam uma reunião com Macron, encontro que o Eliseu ainda não confirmou.

Bayle é uma das figuras conhecidas do movimento que no ano passado colocou o governo em xeque com o bloqueio de rodovias por tratores para exigir mais atenção do Estado, a eliminação da burocracia, o combate à concorrência desleal e a denúncia do acordo UE-Mercosul.

Ninguém parece perceber o mal-estar dos agricultores, vemos pessoas que nunca se manifestaram dispostas agora a fazê-lo, disse à emissora Sud Radio.

Em Toulouse, já se reuniram grupos de protesto com cartazes como: “Hoje garantimos sua alimentação, mas amanhã…?”

A postura do presidente no Brasil foi qualificada como traição e abandono do campo.

Na cidade brasileira da Amazônia, Macron mostrou-se mais positivo na sexta-feira em relação ao Acordo de Livre Comércio entre a UE e o mercado integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, argumentando que a Comissão Europeia ouviu as exigências de Paris sobre as medidas de salvaguarda e a proteção do mercado interno dos 27 Estados-membros.

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