Quarta-feira, Novembro 12, 2025
NOTÍCIA

Arábia Saudita bloqueia metas na COP30 e Brasil insiste

Belém, 12 nov (Prensa Latina) O Brasil busca apresentar aqui na COP30 um plano prático para abandonar os combustíveis fósseis, enquanto a Arábia Saudita se opõe a novas metas, gerando hoje um possível bloqueio que poderia dificultar acordos consensuais.

De acordo com o portal G1, a Arábia Saudita, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, expressou sua oposição à inclusão de novas metas para abandonar os hidrocarbonetos tradicionais.

Durante uma das rodadas de negociação, representantes sauditas afirmaram que as discussões deveriam continuar sem impor objetivos adicionais, priorizando uma troca de pontos de vista “não punitiva” que considere as circunstâncias de cada país.

Tal postura contrasta com os esforços do Brasil, que busca apresentar ao final da conferência um “mapa do caminho”, um plano prático que defina responsabilidades, prazos e recursos para reduzir progressivamente a dependência dos recursos fósseis.

A Arábia Saudita depende fortemente das exportações de petróleo: em 2024, o setor representou aproximadamente 60% das receitas governamentais e mais de 20% do Produto Interno Bruto, reforçando sua rejeição à discussão sobre a eliminação da energia não renovável.

Riade manteve uma estratégia de bloqueio desde a COP28 em Dubai e a COP29 em Baku, impedindo menções diretas aos combustíveis fósseis nos textos finais.

Antes do início da COP30, o delegado Mohammad Ayoub já protestava contra a inclusão de um tema sobre como enfrentar o provável excesso de 1,5 grau Celsius de aquecimento global.

O debate é urgente: os combustíveis fósseis são a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global, e definir um plano de ação concreto é crucial.

Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a COP30 deve ser a “COP da implementação”, com um mapa claro que indique quem faz o quê, quando e com quais recursos.

Especialistas apontam que a oposição saudita pode retardar ou até mesmo bloquear acordos, já que as decisões da conferência exigem consenso.

Camila Jardim, especialista em política internacional do Greenpeace, alerta que sua postura coordena atrasos e pode comprometer respostas concretas.

Stela Herschmann, do Observatório do Clima, concorda: a Arábia Saudita sustenta que já existe um acordo que deve ser implementado sem modificações.

Embora a conferência esteja apenas começando, a diplomacia brasileira confia em encontrar um caminho que permita avançar com seu plano de ação, ciente de que sair da COP30 sem resultados concretos poderia afetar significativamente os planos climáticos do país.

mem/ocs/bm

RELACIONADAS

Edicão Portuguesa