Esse grupo é composto por um oficial da Polícia Federal (PF) e nove soldados de elite do Exército, conhecidos como os Kids pretos (Crianças negras).
No início do litígio, o ministro Alexandre de Moraes lê seu relatório e, posteriormente, a Procuradoria Geral e a defesa apresentam suas alegações orais.
O tribunal superior também marcou uma segunda sessão para 18 de novembro.
Além de Moraes, outros quatro ministros participam do processo: Flávio Dino, Cármen Lúcia Antunes e Cristiano Zanin.
O juiz Luiz Fux não estará presente, pois solicitou sua transferência para a segunda sala após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.
Até o momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não designou seu substituto.
O grupo é acusado de planejar “ações táticas” para perpetrar o golpe e também é suspeito de uma conspiração para eliminar autoridades.
De acordo com as investigações, os militares planejaram assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e De Moraes.
O plano foi chamado de “Punhal Verde e Amarela” e as ações planejadas incluíam táticas operacionais militares e a criação de um “Gabinete de Gestão de Crises Institucionais”.
A Procuradoria Geral solicitou a condenação de nove dos dez acusados. Os crimes são: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, danos agravados por meio de violência e ameaça grave contra propriedade federal e deterioração do patrimônio tombado.
Ronald Ferreira de Araújo Júnior foi o único que escapou da solicitação de condenação. Ele teria ajudado o ex-presidente Jair Bolsonaro a redigir o documento para decretar o golpe de Estado, segundo a PF. O Ministério Público Federal afirma, no entanto, que não há “elementos adicionais” que liguem Ferreira de Araújo Júnior aos demais envolvidos na conspiração golpista.
De acordo com a Procuradoria Geral, os Niños Negros pressionaram o comando do Exército para que se unisse à conspiração.
Os acusados agiram em um momento decisivo, utilizando o aparato de força do Estado e seus conhecimentos técnicos especializados, colocando em grave risco a preservação da ordem democrática.
Para a Procuradoria-Geral da República, os acusados contribuíram para um propósito desestabilizador e violento.
Graças às suas ações, o alto comando do Exército foi submetido a forte pressão para concluir o golpe de Estado.
As autoridades públicas foram alvo de atos violentos e as forças terrestres ficaram à disposição para fins criminosos.
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