O diretor-geral do Regime Penitenciário, Juan Carlos Limpias, garantiu que ela recuperará a liberdade nesta quinta-feira pela manhã, após a conclusão de todos os trâmites judiciais e administrativos necessários.
De acordo com Limpias, a última ordem de libertação (correspondente ao quarto processo judicial que pesava sobre a ex-mandatária) chegou nesta quarta-feira à prisão feminina de Miraflores, onde Áñez cumpre detenção desde março de 2021.
Com este documento, estão completados os requisitos para a sua saída definitiva da prisão, segundo explicou.
“Tudo foi verificado. Os trâmites finais estão sendo realizados. Esta é a última ordem que faltava, pois são quatro processos e os quatro já chegaram”, explicou à rede privada Unitel.
Descreveu que o processo de notificação foi realizado digitalmente, por meio dos mecanismos virtuais que o Órgão Judiciário mantém com a administração penitenciária.
“São procedimentos legais através da (plataforma) Cidadania Digital. Cada mandado é verificado, certificado e convertido em um documento autêntico para a administração penitenciária”, acrescentou.
Limpias precisou que restam apenas alguns trâmites internos na prisão de Miraflores, relacionados com a revisão da documentação e o encerramento administrativo do seu processo.
A libertação da ex-presidente ocorre depois que o Plenário do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) anulou a sentença proferida contra ela, no caso conhecido como Golpe de Estado II, e determinou sua libertação imediata.
Áñez permaneceu presa por mais de quatro anos, pois foi detida preventivamente em março de 2021 e condenada em 2022 a 10 anos de prisão pela forma como assumiu a presidência do Senado e, posteriormente, a presidência do país em novembro de 2019, após a renúncia do ex-presidente Evo Morales.
Sua defesa já adiantou que, uma vez livre, a ex-mandatária viajará para sua cidade natal, Trinidad, em Beni, e no próximo sábado também assistirá à cerimônia de posse do novo dignitário da Bolívia, Rodrigo Paz.
Por outro lado, um julgamento de responsabilidades contra a ex-presidente foi exigido nesta quarta-feira pela Assembleia de Direitos Humanos (ADH) de El Alto pelas mortes ocorridas após a derrubada do ex-presidente Morales, em 2019.
“Ela deve ser julgada em um processo de responsabilidade, porque há mortos, há feridos, nós testemunhamos. Há muitos aqui, em El Alto, assim como no departamento de Cochabamba e, portanto, isso não pode ficar impune”, afirmou a presidente da ADH de El Alto, Virginia Ugarte.
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