Domingo, Outubro 26, 2025
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Explosivos não detonados ameaçam a população de Gaza

Ramala, 26 out (Prensa Latina) A Defesa Civil da Faixa de Gaza alertou hoje sobre a ameaça representada pelos milhares de explosivos não detonados espalhados pelo território como resultado de dois anos de agressão israelense.

Em um comunicado, o órgão afirmou que “a ameaça de morte continua presente em cada rua, casa e canto” daquele enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas.

Destacou que se trata de um problema real para os habitantes da Faixa, especialmente para as crianças que brincam perto das casas destruídas.

A Defesa Civil renovou seu apelo à comunidade internacional para que adote medidas urgentes visando eliminar esses resíduos.

Nick Orr, especialista em remoção de munições da ONG Humanity and Inclusion, anunciou ontem que a organização começará esta semana a realizar estudos na Faixa para localizar munições perigosas.

Orr detalhou que uma equipe de sete especialistas irá inspecionar locais de infraestrutura vital, como hospitais e padarias.

Dias antes, o ativista alertou que limpar Gaza dessa tecnologia levará de 20 a 30 anos e descreveu o território como um “horrível campo minado não mapeado”.

Em meio a essa situação, a Direção-Geral de Polícia de Gaza anunciou na véspera que, desde a entrada em vigor do cessar-fogo, em 10 de outubro, ocorreram vários incidentes envolvendo explosões de objetos suspeitos, que causaram ferimentos em pessoas.

Por isso, a polícia pediu à população que fique atenta, vigie seus filhos e evite se aproximar ou manipular qualquer entulho ou objeto estranho encontrado entre os destroços.

Segundo o Centro de Direitos Humanos de Gaza, cerca de 20 mil munições — incluindo bombas, mísseis e projéteis israelenses — permanecem enterradas em terrenos e áreas residenciais sem explodir.

O centro também informou que entre 65 e 70 milhões de toneladas de escombros e resíduos estão espalhados por toda a Faixa, como resultado da destruição massiva que afetou dezenas de milhares de edifícios e infraestrutura vital.

Dessa quantidade, cerca de 71 mil toneladas contêm materiais explosivos ou munições não detonadas, destacou.

O chefe da missão do Serviço de Ações contra Minas das Nações Unidas (Unmas), Luke Irving, também alertou recentemente sobre essa situação.

As munições não detonadas representam uma grave ameaça para a Faixa, mas sua remoção levará muito tempo, lamentou Irving, citado pela emissora Al Jazeera.

Dias antes, Anne-Claire Yaeesh, diretora da ONG Handicap International para os territórios palestinos, destacou que dezenas de milhares de toneladas de explosivos foram lançadas contra a região nos últimos dois anos.

No início deste ano, o Unmas estimou que de 5% a 10% das bombas lançadas por Israel contra a Faixa não detonaram.

oda/rob/mb

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