Realizado na Faculdade de Ciências da Saúde Darcy Ribeiro, o encontro reuniu pesquisadores, professores, estudantes e militantes sociais que analisaram as raízes da crise capitalista e suas múltiplas faces: desigualdade, guerras, colapso ambiental e manipulação tecnológica.
O médico brasileiro Aluisio Pampolha, referência do pensamento geopolítico a partir do materialismo histórico, destacou que o fórum condenou não apenas o cerco a Cuba, mas também as agressões em Gaza, a guerra na Ucrânia e as manobras imperiais contra a Venezuela e a Coreia do Norte.
De uma perspectiva latino-americana e marxista, os especialistas concordaram que a “crise orgânica do capital” é atualmente uma doença estrutural que ameaça a estabilidade global, enquanto as elites financeiras expandem a precariedade laboral, o rentismo e a desigualdade.
A mestre em Relações Internacionais Idalmis Brook, conselheira da Embaixada de Cuba no Brasil, sintetizou em sua intervenção os desafios do tempo presente: conflitos armados, polarização, colapso climático e crescente brecha social.
Ela aludiu à manipulação social e midiática como novo instrumento de dominação global e alertou sobre a interconexão entre os riscos tecnológicos, a geopolítica da guerra e a crise ambiental.
Ela lembrou, além disso, o pensamento visionário do líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro, cujo centenário será comemorado em 2026, e citou sua advertência: “As bombas podem matar os famintos, mas não a fome nem a justa rebeldia dos povos”.
A também licenciada em História defendeu a soberania que deve se traduzir em políticas públicas inclusivas, na gestão estratégica dos recursos naturais e na participação popular como ferramentas de transformação.
Ela também criticou o recrudescimento do bloqueio dos Estados Unidos contra a ilha e as pressões que Washington exerce sobre os governos da América Latina e da Europa para desmobilizar o apoio internacional às resoluções anuais das Nações Unidas que exigem seu levantamento.
Ele lembrou as recentes denúncias do ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, sobre a “campanha de desinformação” dos Estados Unidos para distorcer a imagem de Cuba e semear a desmobilização política.
O encerramento do evento transformou-se em um ato de denúncia e esperança, no qual as palavras de Fidel Castro ressoaram com a força de um hino: “Menos luxo e menos desperdício em alguns países para que haja menos pobreza e menos fome em grande parte da Terra”.
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