De Moraes deu sua aprovação após solicitação do Ministério Público Federal.
A PF iniciou a investigação em abril de 2020, quando o atual senador Sergio Moro renunciou ao cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, em meio a acusações de suposta obstrução política de Bolsonaro na direção geral e nas superintendências da instituição.
No entanto, a investigação foi encerrada sem que o ex-presidente de extrema direita fosse indiciado.
Embora a então procuradora-geral adjunta, Lindôra Araújo, tivesse recomendado o encerramento da investigação em setembro de 2022, De Moraes voltou a questionar a Procuradoria-Geral da República em maio de 2024, cinco meses após a posse de Paulo Gonet como procurador-geral.
Gonet solicitou então a reabertura da investigação em 15 de outubro e atribuiu a oposição à posição de Lindôra à necessidade de pesquisas adicionais por parte da PF.
“A análise dos registros indica a necessidade de investigações adicionais que permitam uma avaliação mais completa e exaustiva dos fatos investigados”, alegou.
Solicitou à força policial que comparasse as conclusões da investigação com as provas recolhidas posteriormente durante a investigação da tentativa de golpe de Estado.
Isso implicou o uso paralelo da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e do Gabinete de Segurança Institucional para “ataques sistemáticos contra as autoridades, o sistema eleitoral e as instituições públicas”.
Ao deixar o governo Bolsonaro, Moro acusou o ex-presidente de forçar a demissão do então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, após investigações a aliados.
Depois de informar o ex-juiz, o ex-capitão do Exército reencaminhou um artigo para o site O Antagonista intitulado “A Polícia Federal na pista de 10 a 12 deputados pró-Bolsonaro”.
Antes de solicitar a reabertura da investigação, Gonet sugeriu arquivar outra contra Bolsonaro, mas desta vez pelo suposto uso de bens e recursos públicos durante os protestos de 7 de setembro, Dia da Independência.
Para o procurador-geral, os atos foram analisados durante o julgamento por tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Em prisão domiciliar desde 4 de agosto, Bolsonaro foi condenado em 11 de setembro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, danos a bens da União e deterioração de patrimônios protegidos.
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