Mora, que está no istmo participando da Semana da Cultura Cubana, dedicada a esse projeto e ao dramaturgo cubano Huberto Llamas (1944-2024), conversou com a Prensa Latina sobre seu encontro com o líder desse grupo, o natural de Colón, Nolis Boris Góndola, que descreveu como uma reafirmação do compromisso cultural, de uma visão compartilhada e do poder do patrimônio como ponte entre os povos.
Ele explicou que, como escritor, Góndola conseguiu capturar em suas obras a riqueza das tradições orais, dos conhecimentos ancestrais e das lutas históricas das comunidades afrodescendentes.
Além de sua obra literária, ele também representa uma voz de autoridade na preservação do patrimônio imaterial e um facilitador de redes vivas que conectam comunidades, conhecimentos e memórias.
Nesse sentido, enfatizou sua capacidade de interagir com instituições, artistas e lideranças sociais e que, por meio desse intercâmbio, ficou claro que essa liderança é fundamental para abrir novos caminhos de colaboração com Timbalaye, a plataforma internacional que promove a cultura afro-cubana e o intercâmbio entre povos de raízes africanas.
Sob o lema “O Patrimônio nos Une”, indicou, foram discutidos futuros projetos de intercâmbio, incluindo residências artísticas, programas de formação, encontros acadêmicos e celebrações comunitárias.
Para Mora, a ideia era clara: construir pontes entre o Panamá e Cuba, entre o Caribe e a América Latina, entre as vozes que resistem e as que celebram.
Timbalaye e Góndola concordam que o patrimônio não é um museu, mas uma dança viva, uma palavra que se canta, uma história que se compartilha, enfatizou.
Em agosto passado, o 17º Festival Internacional de Rumba de Timbalaye foi realizado na maior das Antilhas. A programação contou com foco nas vozes ancestrais sob o lema “Há um Congo Cara”, elementos trazidos da África que moldaram a identidade desta ilha.
A edição de 2025 destacou as vozes da etnia congolesa, que chegou aqui em navios negreiros durante o tráfico negreiro, e toda a riqueza cultural que deixou para trás ao longo de mais de cinco séculos.
Na próxima segunda-feira, 20 de outubro, a Semana da Cultura do Panamá será encerrada na província caribenha de Colón com uma homenagem à rumba em sua fusão com os ritmos e a cultura congoleses.
O Timbalaye é um promotor internacional da cultura cubana, fundado em 1999 por Irma Castillo, María Elena Mora e Ulises Mora. Sua força motriz é a rumba, declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2016, um gênero que conecta a ilha com o mundo.
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