Sábado, Dezembro 20, 2025
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Cirurgia autorizada e prisão mantida para Bolsonaro no Brasil

Brasília, 20 dez (Prensa Latina) A situação jurídica e médica do ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a dominar a agenda política no Brasil nesta segunda-feira, após decisão do Supremo Tribunal Federal que autorizou a cirurgia, mas manteve sua prisão preventiva.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a realização de cirurgia eletiva no ex-presidente, após laudo da Polícia Federal (PF) confirmar hérnia inguinal bilateral.

Contudo, o ministro rejeitou o pedido da defesa para que Bolsonaro cumprisse pena em prisão domiciliar.

Em sua decisão, Moraes autorizou a “cirurgia eletiva” e determinou que os advogados do ex-presidente apresentem o cronograma e a data do procedimento.

Após o envio dessas informações, o processo será encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que deverá se pronunciar em até 24 horas.

O laudo médico indicou que a cirurgia não é urgente nem emergencial, embora especialistas tenham recomendado que seja realizada “o mais breve possível” para evitar o agravamento do quadro clínico.

Uma hérnia inguinal bilateral ocorre quando o tecido abdominal se projeta através de pontos fracos na parede abdominal em ambos os lados da virilha.

Bolson está detido desde 22 de novembro, quando foi preso preventivamente por violar medidas cautelares impostas pelo tribunal.

Na ocasião, o ex-capitão do Exército foi transferido para a sede da Polícia Federal após ser descoberto que ele havia adulterado a tornozeleira eletrônica que usava.

Segundo os autos do processo, Bolsonaro admitiu ter tentado manipular o dispositivo com um ferro de solda. Três dias depois, o juiz De Moraes determinou que ele começasse a cumprir sua pena, que ultrapassa 27 anos de prisão, em regime fechado, por tentativa de golpe.

Ao analisar o pedido de prisão domiciliar, o magistrado afirmou haver “total ausência dos requisitos legais” para a concessão do benefício.

Em sua decisão, o juiz mencionou repetidas violações de medidas cautelares e a existência de atos específicos que, em sua opinião, demonstram risco de fuga.

“O detento, Jair Messias Bolsonaro, não tem direito à prisão domiciliar”, afirmou De Moraes, lembrando que ele foi condenado por crimes considerados gravíssimos contra o Estado de Direito democrático, cometidos com violência e graves ameaças.

O juiz também rejeitou o argumento da defesa de que o ex-presidente deveria ser constantemente acompanhado por outras pessoas, observando que Bolsonaro estava sozinho quando manuseou o ferro de solda que danificou o aparelho eletrônico.

Por fim, De Moraes assegurou que o ex-chefe de Estado está recebendo tratamento médico integral na Superintendência Regional da Polícia Federal do Distrito Federal, com pleno acesso a seus médicos e garantia de profissionais de plantão.

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