Quinta-feira, Dezembro 18, 2025
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PT-Brasil recorrerá ao Supremo contra lei que reduz pena de Bolsonaro

Brasília, 18 dez (Prensa Latina) O Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil avalia hoje recorrer ao Supremo Tribunal Federal, após a aprovação em plenário do Senado do chamado Projeto de Lei das Sentenças, que reduz a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, anunciou essa possibilidade nas redes sociais, acusando a controversa iniciativa de ter vícios processuais e conteúdo que viola a Constituição.

“A redução das penas por crimes contra o Estado Democrático de Direito é inconstitucional: gera uma proteção deficiente da democracia, viola uma cláusula arraigada, constitui um retrocesso proibido, incentiva novos golpes de Estado e rompe o caráter geral e abstrato do direito penal”, escreveu Farias.

Apesar dos atrasos, a Comissão de Constituição e Justiça e, posteriormente, o plenário do Senado aprovaram ontem o Projeto de Lei das Sentenças.

Essa reunião senatorial certificou por 17 votos contra sete a iniciativa que reduz as punições e acelera a progressão do regime para condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Mais tarde, o plenário do Senado também ratificou por 48 votos a 25 o projeto de lei.

O texto, aprovado pela Câmara dos Deputados em 8 de dezembro, foi incluído na agenda pelo presidente da Câmara, Davi Alcolumbre.

Após sua aprovação nessa instância, o conteúdo será enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que poderá sancioná-lo ou vetá-lo, total ou parcialmente.

A proposta tem impacto direto nas condenações decorrentes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e, segundo cálculos dos aliados de Bolsonaro, poderia reduzir significativamente o tempo de prisão efetivo dos condenados, incluindo o próprio ex-presidente de extrema direita.

O relator no Senado, Esperidião Amin, introduziu alterações para evitar que o projeto voltasse à Câmara dos Deputados e, ao mesmo tempo, fechar brechas legais que poderiam beneficiar criminosos comuns.

A aceleração do processo ficou limitada exclusivamente a crimes contra o Estado democrático de direito, em resposta às críticas de juristas, parlamentares e setores da opinião pública.

Durante a sessão, senadores do PT tentaram adiar a discussão até 2026 por meio de diferentes solicitações, todas rejeitadas. A aprovação frustrou assim uma tentativa de protelar o processo.

Com as novas regras, Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe, cumpriria cerca de dois anos e quatro meses em regime fechado, considerando também benefícios por estudo e o período de prisão domiciliar.

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