“Exigimos que o presidente diga claramente não em nome da França”, declarou Arnaud Rousseau, líder da Federação Nacional dos Sindicatos Agrícolas da França (FNSEA), a principal organização que representa o setor.
Em declarações à emissora BFM TV, Rousseau enfatizou o argumento apresentado pelos agricultores franceses de que o acordo entre o bloco de 27 membros e Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai carece de reciprocidade.
Os agricultores franceses participarão do protesto desta quinta-feira em frente ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, onde são esperadas milhares de pessoas e centenas de tratores de diversos países da UE.
A manifestação coincidirá com uma reunião de chefes de Estado da UE, incluindo Macron, que alertou na véspera que Paris se oporia firmemente a qualquer tentativa de impor o acordo de livre comércio com o Mercosul.
Nesse sentido, ele expressou insatisfação com as exigências da França, incluindo medidas recíprocas, cláusulas de salvaguarda e controles alfandegários sobre as importações.
Os críticos da iniciativa UE-Mercosul citam as medidas mais rigorosas no velho continente no setor agrícola em questões como ecologia e proteção da biodiversidade, que, segundo eles, se traduzem em concorrência desleal.
Além da questão da rejeição do acordo, os agricultores franceses permanecem mobilizados contra a política do governo em relação à dermatose nodular contagiosa, particularmente o abate de animais aparentemente saudáveis em surtos detectados, mesmo que seja apenas um caso, como aconteceu há alguns dias em uma fazenda no departamento de Ariège.
A ministra da Agricultura, Annie Genevard, prometeu uma campanha de vacinação em massa no sudoeste do país, a área mais afetada, com a imunização de até 750.000 cabeças de gado.
Os protestos sindicais incluem o bloqueio de rodovias com tratores, acusando o governo de ignorar as demandas do setor agrícola, que incluem protocolos menos drásticos baseados em prevenção, monitoramento e isolamento de animais em áreas de alto risco.
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