Quarta-feira, Dezembro 17, 2025
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México analisa implicações do decreto de Trump sobre o fentanil

Cidade do México, 16 dez (Prensa Latina) A presidente Claudia Sheinbaum afirmou hoje que o México está analisando as implicações de uma ordem executiva sobre o fentanil assinada nos Estados Unidos e enfatizou a importância de abordar as causas profundas do uso de drogas naquele país.

“Vamos analisar quais são as suas implicações. Parte dela está sendo encaminhada para se tornar lei, e outra parte é um decreto. Estamos analisando agora o alcance do que foi publicado”, declarou a chefe do Poder Executivo durante sua reunião habitual com a imprensa no Palácio Nacional.

Sheinbaum respondia a uma pergunta sobre a ordem executiva assinada ontem por seu homólogo americano, Donald Trump, que declara o fentanil e seus precursores químicos como armas de destruição em massa.

A presidente ressaltou a importância de abordar não apenas os crimes em si, mas também as causas profundas do uso de drogas. “Se as causas profundas não forem abordadas, será o fentanil, será outra droga; as drogas continuarão a ser usadas. A causa fundamental tem a ver com um distanciamento, com os jovens preferindo usar drogas para escapar da sua realidade, em vez de abordar os problemas subjacentes”, argumentou.

Afirmou que o fenômeno está relacionado à saúde mental, apego, valores, família, educação e ao enfrentamento das causas profundas, e reiterou que já havia levantado este último ponto com o próprio Trump.

Também mencionou que o fentanil também é consumido legalmente e perguntou: “Quais são as implicações para o uso legal e ilegal quando se determina que ele é uma arma química de destruição?”

“Precisamos analisar o alcance disso, e nossa posição é que, além do aspecto punitivo e da necessidade de processar aqueles que geram principalmente a violência ligada ao tráfico de drogas, a questão central é abordar as causas profundas do uso de drogas”, enfatizou.

Questionada novamente sobre a possibilidade de Washington insistir em sua “oferta” de enviar tropas ao México para combater o narcotráfico, a autoridade reiterou sua oposição a qualquer intervenção em qualquer lugar do mundo, mas especialmente no México.

“Soberania e territorialidade não estão em discussão sob nenhuma circunstância. Trata-se de colaboração e coordenação em diversas questões, mas nunca da violação de nossa soberania”, enfatizou, referindo-se às relações com os Estados Unidos.

jha/las/bm

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