Sábado, Dezembro 13, 2025
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Nanjing: 1 minuto de silêncio e relembra massacre de 300 mil chineses

Nanjing, 13 dez (Prensa Latina) A China comemorou hoje o Dia Nacional da Lembrança das Vítimas do Massacre de Nanjing, em memória dos 300 mil chineses mortos nesta cidade pelo exército japonês em 1937.

A cerimônia nacional assume maior significado em meio às tensões diplomáticas com o Japão e às acusações de Pequim de um ressurgimento do militarismo na nação vizinha.

Em toda a cidade, transeuntes e cidadãos em geral observaram um minuto de silêncio para lembrar as vítimas, enquanto em vários memoriais e museus em outras regiões do país, os falecidos também foram lembrados.

Milhares de pessoas vestidas com roupas escuras e flores brancas no peito participaram da homenagem no Memorial às Vítimas do Massacre de Nanjing.

A bandeira nacional chinesa foi hasteada a meio mastro diante de uma plateia composta por sobreviventes do massacre, estudantes e convidados internacionais, segundo a agência de notícias Xinhua.

Em meio à crise diplomática com Tóquio, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiaku, reiterou a rejeição da China às recentes declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, a respeito de Taiwan e observou uma crescente preocupação com as tentativas de reinterpretar a história.

Nesse sentido, a China denunciou o acelerado processo de remilitarização do Japão e alertou a comunidade internacional sobre os perigos que ele acarreta.

Em 13 dez de 1937, os invasores japoneses capturaram Nanjing, então capital da China, e mataram mais de 300 mil civis e soldados desarmados ao longo de seis semanas. “Eles conseguiram ocupar a cidade em dezembro e começaram a assassinar todos os soldados capturados e até mesmo civis considerados soldados. No total, 300 mil civis foram massacrados e cerca de 20 mil mulheres foram estupradas, enquanto outras foram transformadas em escravas sexuais”, explicou o historiador Zhang Jianjun à Prensa Latina. Publicações japonesas da época descreveram uma competição entre dois oficiais para ver quem conseguia matar o maior número de chineses com uma katana, a espada tradicional do país.

A competição terminou com o Tenente Noda decapitando 105 pessoas e o Tenente Mukai decapitando 106.

“Os militares bombardearam a área e atacaram com metralhadoras aqueles que fugiam. Eu estava correndo com meu irmão mais novo; ele morreu. Eu também fui baleado, mas sobrevivi”, disse um sobrevivente em 1995, como parte do relato histórico da cidade.

Cerca de 200.000 cidadãos de Nanjing conseguiram sobreviver graças a uma zona de segurança internacional liderada pelo nazista John Rabe, que usou acordos entre o Japão e a Alemanha nazista para estabelecer essa área protegida com outros estrangeiros.

Esse evento ainda influencia os moradores da cidade, mesmo que a universidade local tenha conduzido pesquisas sobre a paz para promover a reconciliação, o que levou Nanjing a ser designada Cidade Internacional da Paz pela UNESCO.

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