Enquanto isso, a pobreza no país permanece um problema não resolvido, e especialistas da área contradizem o governo de Javier Milei, apresentando estatísticas que refutam os números oficiais.
Há expectativa em relação ao tipo de aumento da inflação que o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) divulgará, após ter manipulado os números do crescimento econômico no mês passado para impedir que o presidente Milei admitisse a existência de uma recessão, o que gerou fortes críticas.
O IPC da capital subiu, impulsionado por aumentos nos preços de moradia, alimentação, transporte e lazer, os serviços registraram alta de 2,5%, superando mais uma vez o setor de bens, que teve um aumento de 2,3%, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos da Cidade de Buenos Aires (INDEC).
Os setores com os maiores aumentos foram Recreação e Cultura (4%); Cuidados Pessoais, Proteção Social e Outros Produtos (3,7%); Transporte (2,9%); e Restaurantes e Hotéis (2,7%). Enquanto isso, os preços dos aluguéis subiram 5,29% no último ano, superando a inflação.
Em novembro, a variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em Buenos Aires foi impulsionada principalmente pelos aumentos nas seguintes categorias: Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis; alimentos e bebidas não alcoólicos; transporte; restaurantes e hotéis; e recreação e cultura, que juntas representaram 70,4% do aumento total.
De acordo com o INDEC, o país tem atualmente uma taxa de pobreza de 31,6%. No entanto, o Observatório Argentino da Dívida Social da Universidade Católica da Argentina apontou erros nesses números e afirmou que o valor real é de 36,3%.
Agora, o especialista Martín Maldonado, doutor em Ciência Política e pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET), indicou que, se a pobreza for medida de forma multidimensional, o número dobra, chegando a 67%.
Citado pelo jornal Página12, Maldonado explicou que “a medição da pobreza mostra que 67% das pessoas não têm acesso a direitos”, mas que “o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) mede apenas a privação monetária”.
A medição multidimensional — explicou ele — é a oficial no México, Brasil e Chile. “Poderia muito bem ser na Argentina, mas é uma medida mais cara. E nenhum governo vai querer aceitar esse número de pobres. E quem o aceitasse teria que abranger quase três vezes mais pessoas com programas do que hoje”, considerou o especialista.
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