Quarta-feira, Dezembro 10, 2025
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Nasralla vence as eleições em Honduras, segundo ex-presidente Zelaya

Tegucigalpa, 10 dez (Prensa Latina) O ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou que, na contagem dos votos do Partido Libertad y Refundación (Libre), do atual governo, o candidato do Partido Liberal, de direita, Salvador Nasralla, venceu as eleições gerais do último dia 30 de novembro.

Em uma mensagem publicada na noite de terça-feira em sua conta no X, Zelaya indicou que, antes de tornar pública essa informação, consultou a candidata presidencial do Libre, Rixi Moncada.

“Consultei nossa candidata Rixi Moncada para divulgar esta informação porque, de acordo com nossa própria contagem nacional das atas presidenciais, ata por ata, quem ganha a presidência é Salvador Alejandro César Nasralla Salum”, escreveu o ex-presidente na referida rede social.

Com sua declaração, o também coordenador geral do grupo progressista admite de fato o terceiro lugar ocupado por Moncada na contagem preliminar das eleições.

Com 99,40% das cédulas apuradas, o adversário do Partido Nacional, de direita, Nasry Asfura, lidera a caótica contagem dos resultados do Conselho Nacional Eleitoral, interrompida à meia-noite de segunda-feira após suspeitas de “quedas do sistema” desde o próprio dia da eleição.

Apoiado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Asfura lidera a disputa com 1.298.835 votos (40,52%), à frente de Nasralla, que obteve 1.256.428 votos (39,20%).

Relegada para a terceira posição — contrariamente a todas as projeções pré-eleitorais que a colocavam como uma das grandes favoritas — aparece a candidata do partido Libre, que até o momento obteve 618.448 votos (19,29%).

Em seu escrito, Zelaya se referiu a uma série de circunstâncias que, em sua opinião, alteraram “de forma brutal a intenção de voto que favorecia claramente a candidata Rixi Moncada”.

Entre elas, mencionou o perdão concedido por Trump ao ex-governante hondurenho Juan Orlando Hernández, condenado nos Estados Unidos a 45 anos de prisão por tráfico de drogas, e a interferência do magnata norte-americano “em nosso sistema democrático”, com seu apoio público a Asfura.

Uma intromissão realizada durante o período de silêncio eleitoral, nas 72 horas anteriores às eleições, lembrou.

Ele também denunciou “a coação e as ameaças enviadas em 3,6 milhões de mensagens para os telefones de eleitores que recebem remessas dos Estados Unidos, somadas à comprovada extorsão das gangues” no processo eleitoral.

“O terrorismo eleitoral foi imposto por meio de um TREP (sistema de transmissão de resultados preliminares) manipulado, conforme ficou evidente nas 26 gravações que revelam o golpe eleitoral em andamento. Denunciamos com firmeza: não aceitamos isso e, por causa dessas manobras sujas, exigimos que as eleições sejam anuladas”, enfatizou.

O líder do Libre assegurou que a jovem formação de esquerda, surgida em 2011, “será sempre garantia da defesa da verdade e da vontade soberana do povo hondurenho. Não ao golpe eleitoral, não à fraude”.

oda/edu/bm

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