O encontro, que durou mais de duas horas e meia e se estendeu até quase meia-noite, foi o último em que os candidatos à presidência do Palácio La Moneda participaram antes do segundo turno das eleições no domingo e foi organizado pela Associação Nacional de Televisão (Anatel).
“Vou colocar um pouco de ordem”, disse uma das moderadoras no momento em que o diálogo atingiu o auge do confronto, e outro apresentador lembrou que muitos jovens estavam assistindo ao debate e que eles deveriam ser um exemplo para a política.
No tema da migração, amplamente utilizado na campanha com fins propagandísticos, Kast insistiu em sua ameaça de expulsar os 330 mil indocumentados.
“Estamos dizendo a eles que têm 92 dias para deixar o país”, advertiu.
Jara, por outro lado, defendeu que eles fossem registrados para saber quem são e anunciou que aqueles que não cumprissem esse procedimento seriam expulsos.
Outro tema polêmico foi o perdão aos violadores dos direitos humanos, a partir de declarações do candidato do Partido Republicano e de um deputado da mesma formação de libertar aqueles que têm mais de 70 anos e uma doença terminal.
Embora Kast tenha esclarecido que não perdoaria condenados por abuso sexual contra menores, ele deixou em aberto a possibilidade de beneficiar os condenados por crimes contra a humanidade durante a ditadura (1973-1990).
Seu rival considerou inaceitável libertar da prisão pessoas que cometeram crimes horríveis e disse que não terá dúvidas em aplicar medidas severas para fazer cumprir as penas.
Jara, militante do Partido Comunista, representa uma coalizão de organizações de esquerda, progressistas e social-democratas, além da Democracia Cristã.
Kast é a carta do Partido Republicano, de extrema direita, e do Partido Social Cristão, e conta com o apoio da coalizão de direita Chile Vamos e do Partido Nacional Libertário, próximo às ideias de Javier Milei.
Ambos anunciaram que renunciariam aos seus partidos caso fossem eleitos. Segundo Jara, “a presidente do Chile deve estar acima dos partidos políticos”; Kast declarou que não continuaria sendo militante do Partido Republicano, algo que, segundo ele, havia feito no passado para representar todo o Chile.
Em relação à lei da jornada laboral de 40 horas, promovida pela candidata quando era ministra do Trabalho, Kast garantiu que não alterará a legislação, embora em seu debate anterior tenha dito que ela seria revisada.
Em seu minuto final, Kast insistiu no que tem sido o foco de sua campanha: a segurança para “passar da desordem à ordem”.
Jara declarou que este debate coloca em foco dois projetos distintos para o país e afirmou que o Chile deve crescer mais, mas que esse crescimento deve chegar à mesa de todos os chilenos.
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