Domingo, Dezembro 07, 2025
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Oficialismo de Honduras analisa interferência dos EUA nas eleições

Tegucigalpa, 7 de dez (Prensa Latina) O Partido Liberdade e Refundação (Libre) de Honduras, atualmente no poder, se reunirá hoje na capital para analisar a interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas eleições gerais de 30 de novembro.

A reunião foi convocada com caráter de urgência pelo ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya (2006-2009) para “expor e deliberar” sobre o que ele classificou como atos intervencionistas, deliberados e abertamente hostis de Trump.

Em um texto publicado na última quarta-feira em sua conta na rede social X, o também líder do Libre convocou a Coordenação Nacional da formação progressista a se reunir em Tegucigalpa para tratar da inédita intromissão do magnata norte-americano nas eleições realizadas há uma semana.

Zelaya se referiu às três mensagens publicadas pelo presidente dos Estados Unidos 72 horas antes da disputa, nas quais ele apoiou abertamente o candidato presidencial do Partido Nacional (PN), de direita, Nasry Asfura.

Além disso, o governante da potência do norte pediu ao eleitorado hondurenho que não votasse na candidata presidencial do Libre, Rixi Moncada, e chegou a ameaçar cortar a ajuda econômica a Honduras se isso acontecesse.

Para completar, Trump anunciou o perdão (concedido em 1º de dezembro) ao ex-presidente hondurenho e narcotraficante Juan Orlando Hernández (2014-2022), condenado por um tribunal de Nova York a 45 anos de prisão por introduzir mais de 400 toneladas de cocaína nos Estados Unidos.

“Essa coerção flagrante contra a vontade popular, sem precedentes em nossa história, por parte do presidente da maior potência militar e econômica do mundo, busca distorcer o mandato do povo hondurenho”, denunciou o coordenador geral do jovem grupo surgido em 2011.

Na opinião de Zelaya, essas interferências estigmatizaram a candidata do Libre, ameaçaram o eleitorado e tentaram manipular o processo democrático para beneficiar os mesmos grupos de poder que saquearam e subjugaram a nação por mais de um século, enfatizou.

Essa intromissão causou graves danos ao povo hondurenho, que exige uma resposta firme, segura e profundamente patriótica, a fim de definir as ações políticas, legais e diplomáticas que o Libre adotará para defender a dignidade nacional, a democracia, o voto popular e a paz da República, afirmou. “O Libre é um partido pacífico e democrático, mas nunca se ajoelhará”, sentenciou o ex-mandatário.

O partido governista interpôs neste sábado um recurso de nulidade administrativa contra as contagens realizadas nas 19.167 mesas eleitorais no nível presidencial, após denunciar inconsistências e falhas na transmissão dos resultados preliminares (TREP).

O Libre apresentou a ação ao Conselho Nacional Eleitoral para impedir um processo contaminado por irregularidades técnicas e operacionais no sistema de divulgação TREP, que classificou como um desastre.

lam/edu/mb

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