A proposta de perdoar ou libertar aqueles que cometeram as mais graves violações dos direitos humanos durante a ditadura civil-militar representa um doloroso retrocesso e uma afronta direta às vítimas e suas famílias, alertaram.

O candidato à Presidência pelo Partido Republicano mostrou-se favorável ao perdão de presos com mais de 70 anos que tenham uma doença terminal, entre eles os da prisão de Punta Peuco.

Nessa prisão encontra-se Miguel Krassnoff, condenado a mais de mil anos por sequestros, torturas, assassinatos, desaparecimentos forçados e outros crimes durante o regime de Augusto Pinochet (1973-1990).

“Os direitos humanos são universais e inalienáveis e nunca podem ser usados ou instrumentalizados como moeda de troca política”, adverte o texto.

Acrescenta que não se pode aceitar uma interpretação caprichosa e parcial da história que pretenda relativizar os horrores e sofrimentos vividos durante a ditadura.

A declaração adverte que qualquer tentativa de reverter as decisões judiciais ou buscar impunidade apenas aprofundará, com consequências imprevisíveis, as feridas do Chile.

Segundo relatórios oficiais, durante os 17 anos de ditadura, foram registrados mais de 40 mil casos de violações dos direitos humanos, entre eles 3.200 assassinatos, dos quais 1.100 são desaparecidos.

O documento foi assinado por reconhecidos defensores dos direitos humanos, como o advogado Nelson Caucoto; Alicia Lira, presidente da Associação de Familiares de Executados Políticos; Luciano Fouillioux, Francisco Ugas e María Paz Ortega.

Carmen Frei Ruiz-Tagle também assinou a declaração, distanciando-se de seu irmão e ex-presidente, Eduardo Frei Ruiz-Tagle, que foi suspenso da Democracia Cristã após receber Kast em sua casa.

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