Quarta-feira, Dezembro 03, 2025
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Parlamento venezuelano investigará crimes dos EUA no Caribe

Caracas, 1 dez (Prensa Latina) A Assembleia Nacional da Venezuela (Parlamento) realizará hoje uma sessão extraordinária para criar uma comissão especial que investigará os ataques a pequenas embarcações no Caribe, que resultaram em execuções extrajudiciais.

Este grupo de trabalho conduzirá uma investigação “rigorosa e aprofundada”, da qual participará a Procuradoria-Geral da República, e cujos resultados serão apresentados a todas as organizações internacionais, anunciou ontem o presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, a jornalistas nacionais e internacionais.

Questionado pela imprensa sobre o número de venezuelanos envolvidos nesses eventos, que começaram em 2 de setembro, o parlamentar afirmou que “vamos determinar quantos venezuelanos foram mortos”, em uma lista que também inclui colombianos, dominicanos e trinitários.

Anunciou que será estabelecida uma estratégia de apoio para as famílias no estado de Sucre (nordeste) cujos parentes foram mortos, e que elas receberão proteção, “já que algumas estão sendo ameaçadas”.

Acompanhado pela Diretoria do Legislativo, Rodríguez comentou sobre as reuniões realizadas no dia anterior com familiares de venezuelanos vítimas dos ataques dos EUA, que foram “assassinados extrajudicialmente em atos ilegítimos e ilegais”.

Afirmou que as identidades dessas pessoas estão sendo protegidas porque “elas vêm recebendo ameaças de setores e indivíduos” que não querem que a verdade venha à tona e os fatos sejam esclarecidos.

O líder parlamentar afirmou que todo ser humano tem direito ao devido processo legal e à vida, e que os tribunais determinarão qual “crime foi cometido”.

Considerou curiosa essa luta contra o narcotráfico, visto que parece lógico prender esses traficantes de baixo escalão para “subir na hierarquia” e, eventualmente, capturar os verdadeiros responsáveis pelo negócio.

Ele considerou curiosa essa luta contra o narcotráfico, já que parece lógico prender esses traficantes de baixo escalão para “subir na hierarquia” e, eventualmente, capturar os verdadeiros responsáveis pelo negócio. Nesse sentido, ele considerou as ações orquestradas pelo governo dos EUA uma grande farsa e calúnia contra a Venezuela, acrescentando ironicamente que nem sequer conseguem concordar se é o Cartel dos Sóis ou o Trem de Aragua.

Enfatizou que “isso é uma fabricação para atacar o povo venezuelano e provocar uma mudança de regime”.

Para sua análise, observou, consideraram declarações de especialistas militares dos EUA e do direito internacional, que indicaram que “se essa situação tivesse ocorrido em um contexto de guerra, estaríamos falando de crimes”.

O oficial afirmou que, como não há guerra declarada entre os dois países, o que vem acontecendo “não pode ser categorizado de outra forma senão como assassinatos e execuções extrajudiciais”.

“Vamos acionar, por meio do parlamento, a Procuradoria-Geral da República para que tome providências em relação aos crimes cometidos contra venezuelanos e latino-americanos”, ressaltou. Segundo dados divulgados por autoridades americanas, desde 2 de setembro, mais de vinte pequenas embarcações foram bombardeadas, resultando em pelo menos 83 mortes.

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