“Saímos com a voz unânime de que o único objetivo é a aprovação do projeto de lei de anistia na Câmara dos Deputados e, se for aprovado, posteriormente no Senado Federal”, declarou o congressista Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, após uma reunião da bancada da organização política.
A reunião foi convocada a pedido do líder do partido, Valdemar Costa, para analisar as reações dentro das fileiras após a prisão preventiva imposta no sábado a Bolsonaro pai, presidente honorário do PL.
Pelo menos 54 parlamentares participaram do encontro, realizado na sede do partido em Brasília.
O descendente de Bolsonaro também afirmou que não se tentará obstruir a agenda do Parlamento, uma estratégia diferente da adotada pelos legisladores em agosto, quando o ato implicou ocupar as mesas da Câmara dos Deputados e do Senado.
Quando questionado sobre a anistia, Flávio Bolsonaro respondeu que o partido só aceita a versão ampla e irrestrita, o que significa que os parlamentares não votarão por um texto vinculado apenas à redução de penas, conhecido como diretrizes de sentença. “Nunca faríamos esse tipo de acordo”, enfatizou.
O senador Rogério Marinho, líder do PL no Senado, mencionou também conversas entre representantes do partido para tentar obter apoio ao perdão.
Na véspera, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou por unanimidade a prisão preventiva de Bolsonaro, determinada no sábado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no tribunal.
Moraes decretou a prisão provisória atendendo a um pedido da Polícia Federal (PF) que apontava risco de fuga, com tentativa de violação da tornozeleira eletrônica.
Desde então, Bolsonaro, que cumpria prisão domiciliar, encontra-se em uma sala da Superintendência da PF nesta capital.
O instrutor do caso citou os danos ao dispositivo de segurança e a vigília convocada na noite de sábado por Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio de seu pai, condenado em setembro passado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe.
Para Moraes, prevaleceu o risco de fuga e a convocação para a vigília “indica uma possível tentativa de usar os apoiadores de Bolsonaro” para “obstruir o cumprimento das medidas cautelares e a prisão domiciliar” a que o ex-presidente de extrema direita estava sujeito.
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