Domingo, Novembro 16, 2025
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Relatório sobre pobreza na Itália expõe crescente desigualdade social

Roma, 16 nov (Prensa Latina) Na Itália, um décimo das famílias detém 60% da riqueza, enquanto 12% sofrem de extrema pobreza, segundo um relatório divulgado no âmbito do Dia Mundial dos Pobres, celebrado hoje.

O relatório “Fora de Foco: A Visão da Proximidade”, publicado pela seção italiana da Caritas, organização humanitária da Igreja Católica, indica que, em 2024, os Centros de Atendimento da organização apoiaram 277.775 famílias em situação de extrema pobreza na Itália, 3% a mais do que em 2023.

Esse número também é 62,6% maior do que o registrado em 2014, o que demonstra um aumento acelerado desse flagelo nessa nação europeia durante a última década, com crescentes dificuldades econômicas, habitacionais, relacionais, educacionais, de saúde e psicológicas, destaca a análise.

A vigésima nona edição deste estudo anual da Caritas Itália destaca que um terço dessas famílias enfrenta dificuldades em três ou mais áreas, e menciona desigualdades, violência contra a mulher e pobreza energética entre as vulnerabilidades.

Refere-se também ao fardo que, para as famílias mais pobres do país, é representado pela chamada ludopatia, ou vício em jogos de azar, um transtorno psicológico caracterizado pela incapacidade de resistir ao impulso de se envolver nessa prática, apesar de suas consequências negativas, gerando sérios problemas financeiros e sociais.

Os dados mostram que a pobreza extrema afeta atualmente mais de 5,7 milhões de pessoas e 2,2 milhões de famílias, com um aumento de mais de 40% na última década, sendo os menores de idade os mais afetados.

Dos 57 países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Itália é o único com variação negativa nos salários médios, apresentando uma queda de 2,9% entre 1990 e 2020.

Enquanto a pobreza aumenta, a riqueza média das 50.000 pessoas mais ricas da Itália mais que dobrou no mesmo período, e intervenções puramente assistenciais para combater essa desigualdade já não são suficientes, afirmam analistas.

Diante dessa situação, é necessária uma mudança de paradigma em direção a políticas integradas e caminhos de empoderamento para restaurar a autonomia, a dignidade e as perspectivas futuras dos indivíduos, acrescenta o documento.

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