Durante o Debate Aberto do Conselho de Segurança sobre seus métodos de trabalho, o Encarregado de Negócios interino da Missão Permanente de Cuba, Yuri Gala, ressaltou a importância dessa reforma no contexto do 80º aniversário da organização e sob a égide da Carta da ONU.
O Embaixador Gala insistiu que a reforma do Conselho de Segurança é urgente e deve ser abordada por meio de uma discussão detalhada de seus cinco temas principais, conforme estipulado na resolução 62/557 da Assembleia Geral.
“Caso contrário, a tão esperada reforma abrangente e profunda, que garante a transparência, a democracia e a representatividade do Conselho de Segurança, não poderá ser alcançada”, enfatizou durante a sessão.
A diplomata cubana expressou preocupação com a persistente tendência, dentro do Conselho de Segurança, de operar em formatos fechados, excluindo os demais Estados-membros da organização multilateral, em nome dos quais é obrigada a agir, de acordo com o Artigo 24 da Carta da ONU.
Gala considerou lamentável que o Conselho de Segurança continue a tomar decisões sem abordar as preocupações dos Estados não-membros envolvidos e esteja impondo a aprovação de projetos de resolução em um momento em que persistem consideráveis divergências quanto ao seu conteúdo e alcance.
A manipulação e o uso seletivo dos métodos e práticas do Conselho, motivados por agendas políticas e pelo desejo de dominação, devem cessar, enfatizou a representante cubana.
Ela alertou que tais estratégias, longe de contribuírem para o fim dos conflitos, exacerbam as divisões e minam o papel do órgão na preservação da paz e da segurança internacionais.
O Conselho de Segurança deve cumprir seu mandato, sem usurpar os poderes da Assembleia Geral. “A estrita observância da Carta da ONU é essencial para garantir a credibilidade e a legitimidade do Conselho e da Organização como um todo”, concluiu.
As declarações de Gala se destacaram durante uma semana de cobertura jornalística sobre Cuba na ONU, onde a delegação da ilha também participou da sessão plenária da Assembleia Geral sobre o item 89 da agenda: “Relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)”.
Durante sua participação, a Representante Permanente Adjunta de Cuba, Embaixadora Daylenis Moreno, reafirmou o compromisso de seu país com o uso pacífico da energia nuclear e a promoção da cooperação internacional.
Cuba também esteve presente no debate sobre o item 76 da agenda da Assembleia Geral da ONU, referente ao “Relatório do Tribunal Penal Internacional”, onde reiterou seu compromisso com o combate à impunidade e expressou seu apoio a uma justiça penal internacional imparcial e verdadeiramente independente.
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