Vigo, Espanha, 13 de nov (Prensa Latina) A China e os Estados Unidos podem consolidar sua posição como os principais atores da economia global no século XXI, mas a Europa precisa de uma projeção muito mais dinâmica do que a que possui atualmente.
Este é um resumo de uma mesa-redonda com diversos especialistas realizada na Cúpula Global de Vigo, na Galícia, Espanha, onde análises questionaram a atual ordem econômica internacional e o papel que a União Europeia (UE) deve desempenhar diante da supremacia dos gigantes asiáticos e americanos.
O debate incluiu uma apresentação de Brian Wong, professor da Universidade de Hong Kong e editor da Oxford Political Review, que incentivou a UE a buscar outros exemplos em vez de lamentar a perda de poder internacional.
A este respeito, Wong salientou que a crescente proeminência da Índia, de alguns países árabes e asiáticos e da Turquia nos investimentos e negócios globais confirma que o panorama mundial está em transformação e implica que a UE deve assumir um papel mais relevante.
A China procura resolver o problema da pobreza num segmento da população ainda vulnerável, os Estados Unidos querem prevalecer sobrevalorizando o dólar e exportando o seu complexo militar-industrial, enquanto a Europa assiste a este desenrolar-se como uma espectadora queixosa, observou o Professor Wong.
Relativamente a esta dinâmica, o antigo Presidente da Comissão Europeia e antigo Primeiro-Ministro de Portugal, José Manuel Durán Barroso, lamentou a atual polarização global e o desserviço que a UE presta a esta situação irreversível.
Duran Barroso admitiu que a relação assimétrica no comércio entre a Europa e os Estados Unidos é improdutiva, enquanto a relação com a OTAN continua a ser essencial. Ao mesmo tempo, sublinhou os estreitos laços históricos entre Espanha e Portugal, que, segundo ele, devem constituir uma mais-valia no seio da UE e, sobretudo, no comércio com a América Latina e as Caribe.
Ontem, no início do evento no Centro de Conferências de Mar de Vigo, David Regades, Delegado Especial do Estado para a Zona Franca desta cidade portuária no noroeste da Espanha, compartilhou suas reflexões sobre o atual cenário internacional, marcado por crises nas cadeias de suprimentos e tensões comerciais entre as grandes potências.
Ele também abordou a transição energética, a guerra na Ucrânia, a destruição de Gaza e a emergência climática, bem como a redefinição das alianças internacionais.
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