Quarta-feira, Novembro 12, 2025
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Assembleia Francesa aprova suspensão da reforma da previdência

Paris, 12 de nov (Prensa Latina) A Assembleia Nacional Francesa aprovou hoje, por ampla maioria, a suspensão até janeiro de 2028 da reforma da previdência, um dos artigos do projeto de lei da Seguridade Social para o próximo ano.

Na Câmara, 255 deputados votaram a favor do congelamento da medida que estendeu a idade de aposentadoria na França de 62 para 64 anos, enquanto 146 votaram contra.

Mais uma vez, a polarização política e a complexa conjuntura que prevalece na França ficaram evidentes na votação, com o partido de extrema-direita Reunião Nacional e os socialistas entre as forças a favor da suspensão.

Por sua vez, o partido França Insubmissa e os conservadores se opuseram à emenda ao projeto de lei da Seguridade Social, embora por razões diferentes.

Para o França Insubmissa, o congelamento da controversa reforma é uma farsa, já que a reivindicação original da esquerda é a sua completa eliminação.

No caso do partido conservador Os Republicanos, o voto contrário à medida decorre da sua visão de que a suspensão representa uma capitulação e um erro.

No mês passado, o primeiro-ministro Sébastien Lecornu propôs o congelamento da reforma da previdência como uma concessão aos socialistas para evitar uma moção de censura na Assembleia Nacional, que acabou sendo aprovada por uma margem de apenas 18 votos.

Do partido governista, a posição adotada esta tarde na Câmara dos Deputados foi a esperada: abstenção da maioria dos deputados.

O líder do Partido Socialista, Olivier Faure, considerou o ocorrido na Assembleia Nacional uma vitória para milhões de franceses e uma derrota para o presidente Emmanuel Macron, para quem a lei aprovada em 2023 foi um dos seus principais legados.

Como argumento a favor da suspensão, líderes políticos e deputados alegaram que, embora não seja o resultado desejado — a sua eliminação —, pelo menos beneficiará centenas de milhares de franceses, que poderão se aposentar mais cedo.

O Senado, controlado pela direita conservadora, anunciou que irá restabelecer a reforma quando analisar as propostas orçamentárias de 2026.

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