De acordo com fontes do Palácio da Moncloa, Sánchez irá primeiro para a cidade brasileira de Belém, onde nesta quinta-feira o presidente do gigante sul-americano, Luiz Inácio Lula da Silva, liderará uma reunião de chefes de Estado e de Governo, na véspera da Cúpula sobre Mudanças Climáticas COP30.
A ideia de Lula da Silva, de acordo com informações oficiais, é aperfeiçoar os acordos e convênios que sairão da reunião de Belém, para muitos a última chance na aposta mundial para frear o aquecimento global da atmosfera.
Uma oportunidade que Sánchez aproveitará para sublinhar o compromisso da Espanha com as questões climáticas e seu apego absoluto à Agenda Verde, bem como seu desejo de estreitar os laços com a América Latina e o Caribe nessas áreas.
De fato, a terceira vice-presidente e ministra para a Transição Ecológica, Sara Aagesen, avaliou que o acordo da União Europeia (UE) de compromisso com a redução das emissões de CO2 em 90% até 2040 é “uma demonstração de que esta agenda verde está mais viva do que nunca”.
Aagesen, que acompanhará o chefe do Executivo espanhol na COP30, admitiu em entrevista à RNE que “a negociação foi muito complicada”, mas é promissora.
Ela destacou que a agenda verde europeia é necessária para dar segurança a todos os investimentos na transição energética e também aos cidadãos de que a Europa está apostando no verde.
Embora fontes oficiais admitam que ambas as cúpulas, especialmente a da UE com a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em Santa Marta, Colômbia, possam ser influenciadas pela geopolítica mundial do momento, elas confiam em resultados importantes.
A Espanha quer consolidar sua liderança europeia com a América Latina e, nesse sentido e de forma global, Sánchez falará sobre a transição energética perante o plenário e em uma sessão paralela.
O modelo espanhol de transição energética será a principal bandeira que o presidente apresentará em Belém, além de ponderar o acordo da UE, embora não tão ambicioso quanto desejava a Moncloa.
-SANTA MARTA
Santa Marta, cidade costeira do Atlântico colombiano, será palco da IV Cúpula UE-Celac, que dá continuidade a este tipo de reuniões após a anterior em Bruxelas há dois anos.
No entanto, o evento está cercado de muitas incertezas devido às pressões e ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos países por causa da suposta cumplicidade do governo de Gustavo Petro com o narcotráfico.
Denunciadas pelo próprio Petro, o certo é que já se antecipam ausências notórias na reunião UE-Celac, entre elas a da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do presidente francês, Emmanuel Macron, ou do chanceler federal alemão, Friedrihc Merz.
De todo modo, a Espanha não acredita que o conteúdo das negociações entre a UE e a Celac vá mudar e confia em alcançar avanços substanciais, enquanto espera que os problemas dos EUA com as nações latino-americanas fiquem de lado.
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