Em um comunicado, o organismo afirmou que milhares de corpos continuam enterrados abaixo das estruturas destruídas ao longo dos dois anos de agressão israelense, mas alertou que é impossível recuperá-los porque esse país não permite a entrada de maquinaria pesada.

O mesmo denunciou que a vida das pessoas deslocaadas não melhorou desde a entrada em vigor da trégua, e acusou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de limitar a entrada de ajuda a Gaza.

No mês passado, o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Basal, estimou que mais de 10 mil pessoas ficaram enterradas nas milhões de toneladas de escombros que cobrem o enclave costeiro.

A respeito, criticou a dupla moral imperante no mundo pela preocupação dos cadáveres israelenses enterrados em Gaza, enquanto ignoravam os palestinos.

Como parte do cessar-fogo, o Movimento de Resistência Islâmica se comprometeu a entregar os corpos de 28 israelenses em seu poder, mas até a data só devolveu a metade devido às dificuldades no terreno e à impossibilidade de encontrá-los pela abundância de escombros.

Uns 10 mil palestinos chegam a dois anos soterrados debaixo dos escombros, sem que a comunidade internacional e as organizações humanitárias tenham tomado medidas reais para buscar seus restos, questionou Basal.

“Apresentamos a todas as organizações internacionais listas de nossas necessidades de emergência e requisitos técnicos para operações de recuperação”, acrescentou.

Em outubro, uma ONG Palestina considerou que de oito a nove mil palestinos estavam desaparecidos na Faixa como resultado da agressão israelense.

O Centro Palestino para as Pessoas Desaparecidas estima que a maioria ficou sepultada debaixo dos escombros ou em zonas de concentração militar israelense.

Segundo o Organismo de Obras Públicas e Socorro das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio, mais de 61 milhões de toneladas de escombros estão espalhados pela Faixa de Gaza como resultado da guerra.

Recentemente, o representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento na Palestina, Jacco Cilliers, afirmou que a gestão de resíduos sólidos representa um desafio importante para os esforços de reconstrução.

O Gabinete de Meios de Imprensa do Governo em Gaza considerou há semanas que o território está coberto por entre 65 e 70 milhões de toneladas de escombros e resíduos.

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