O mais recente ataque aéreo das forças estadunidenses no Caribe ocorreu neste sábado e matou três pessoas, informou o Secretário de Defesa Pete Hegseth.
“Hoje (01/11), sob ordens do Presidente (Donald) Trump, o Departamento de Guerra realizou um ataque cinético letal contra outra embarcação de narcotráfico operada por uma Organização Terrorista Designada (OTD) no Caribe”, escreveu Hegseth na rede social X, juntamente com um vídeo não classificado do ataque.
O chefe do Pentágono anunciou que três “narcoterroristas” — como ele identificou as pessoas a bordo da lancha — foram mortos na operação, que, segundo ele, ocorreu em águas internacionais.
O navio “transportava narcóticos” e “viajava por uma rota conhecida de tráfico de drogas”, acrescentou Hegseth, citando fontes da inteligência estadunidense.
“Esses narcoterroristas estão trazendo drogas para nossas costas para envenenar estadunidenses em casa; e eles não terão sucesso. O Departamento os tratará EXATAMENTE da mesma forma que tratamos a Al-Qaeda”, enfatizou o Secretário de Defesa, usando letras maiúsculas em sua mensagem, assim como Trump faz.
Este ataque militar é o décimo quinto realizado pelos Estados Unidos contra um navio suspeito de tráfico de drogas desde que o governo Trump iniciou esta nova versão da luta antidrogas no início de setembro. Essas operações no Caribe e no Oceano Pacífico já resultaram em 64 mortes.
Democratas no Congresso e líderes internacionais questionam a legalidade desses ataques, que, até agora, ocorreram sem a apresentação de provas ou argumentos convincentes.
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos comentou na sexta-feira que esses atos violam o direito internacional e pediu que cessem.
“Esses ataques e seu crescente custo humano são inaceitáveis”, exigiu o Alto Comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, em um comunicado divulgado por seu gabinete.
“Os Estados Unidos”, enfatizou ele, “devem interromper esses ataques e tomar todas as medidas necessárias para impedir a execução extrajudicial de pessoas a bordo dessas embarcações.”
O governo Trump emitiu recentemente um parecer jurídico confidencial tentando justificar essas ações, mas Jeffrey Stein, advogado do Projeto de Segurança Nacional da Associação Estadunidense pelas Liberdades Civis (ACLA), alertou que “todas as evidências disponíveis sugerem que os ataques letais do presidente Trump no Caribe constituem, simplesmente, assassinato.”
Nesse sentido, ele insistiu que “o público merece saber como nosso governo justifica esses ataques como legais.”
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