Sábado, Novembro 01, 2025
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Pipas gigantes colorirão os céus da Guatemala com cor e cultura

Cidade da Guatemala, 1 nov (Prensa Latina) Pipas gigantes, inscritas como Patrimônio Mundial no ano passado, colorirão os céus dos municípios de Santiago Sacatepéquez e Sumpango, no departamento de Sacatepéquez, Guatemala, com cor e cultura hoje.

No Dia de Todos os Santos, a tradição de soltá-las sobre cemitérios retorna, com o objetivo de afastar os maus espíritos que assombram a área e facilitar o descanso dos falecidos, segundo os organizadores.

O processo de confecção, explicaram, começou meses atrás, quando crianças, jovens e adultos coletaram bambu para construir as estruturas do que muitos aqui consideram verdadeiras obras de arte.

O trabalho foi feito em comunidade e em família, cobrindo as estruturas com papel de seda colorido, colado sobre um fundo claro, desenhando figuras e montando as peças que dão forma às pipas gigantes.

No campo de futebol de Sumpango, ou no Cemitério Geral de Santiago Sacatepéquez e arredores, os participantes sairão bem cedo pela manhã, na esperança de que tanto guatemaltecos quanto estrangeiros admirem suas criações, inspiradas nos padrões das vestimentas maias.

O primeiro evento será a 47ª edição e se chama “Festival Bicentenário de Pipas Gigantes 2025”, em homenagem ao bicentenário da fundação do município. O segundo celebrará sua 127ª edição. A programação inclui uma categoria de dois metros de diâmetro para artistas individuais, além de outros grupos que criaram pipas que variam de 11 a 18 metros e de quatro a seis metros, e uma categoria para crianças que fizeram pipas de um a 1,5 metros.

O evento também permitirá que os visitantes apreciem música tradicional e danças folclóricas, e experimentem a deliciosa culinária guatemalteca. As barracas de comida oferecerão uma variedade de pratos tradicionais, como tamales, enchilhadas e atol, que certamente satisfarão até os paladares mais exigentes.

A “Técnica de Fabricação de Pipas Gigantes” foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Nação por meio do Acordo Ministerial 139-2022.

Esse reconhecimento homenageia uma tradição profundamente enraizada na identidade e no tecido social da comunidade, que, segundo pesquisas, teve início no final do século XIX e início do século XX.

Naquela época, os anciãos recomendavam a construção dessas pipas para que pudessem percorrer o céu e encontrar os espíritos, guiando-os ao seu descanso eterno.

A inscrição da técnica, em 2024, na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi um evento marcante no país.

mpm/znc/bj

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