Até o momento, foram identificados 100 corpos, mas a lista de nomes não foi divulgada.
O governo do Rio reconhece 121 mortes na chamada Operação Contenção, entre elas quatro policiais, e admite que o número de vítimas pode aumentar.
Santos informou que, para a tipificação, foi criado um grupo de trabalho no Instituto de Medicina Legal.
Ele explicou que existem processos de identificação: o reconhecimento pelos próprios familiares, que identificam a vítima, a pessoa falecida, a coleta de impressões digitais e os mais complexos, como o DNA e muitos outros.
“Portanto, não é fácil nem rápido, mas acreditamos que, até o final da semana, seguindo esse procedimento, poderemos identificar todos”, destacou.
A esse respeito, o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, indicou que muitos dos mortos são originários de outros estados.
“A identificação está demorando justamente porque temos que falar com a polícia forense dos estados correspondentes para obter mais dados e conseguir uma identificação precisa dos corpos. É por isso que está demorando um pouco mais”, esclareceu.
Realizada na terça-feira nos complexos habitacionais cariocas do Alemão e da Penha, a Operação Contenção contou com a participação de 2.500 policiais e é a maior realizada no Rio nos últimos 15 anos, além de ser a mais mortal.
De acordo com organizações da sociedade civil, o número de mortos na operação já ultrapassa 130. Seu objetivo era conter o avanço do Comando Vermelho, poderosa facção criminosa, e executar 180 mandados de busca e apreensão e 100 de prisão, 30 dos quais foram emitidos pelo estado do Pará, parceiro da operação.
O alvo principal, Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, considerado o líder foragido do Comando Vermelho, não foi preso. Apesar disso, Santos considerou a ação um sucesso, com a detenção de 113 pessoas.
Uma pesquisa publicada no ano passado pelo Grupo de Estudos das Novas Ilegalidades da Universidade Federal Fluminense e pelo Instituto Fogo Cruzado revelou que o Comando Vermelho foi a única facção criminosa que expandiu seu controle territorial entre 2022 e 2023, na Grande Rio.
Nesse cenário, que dá origem a denúncias de organizações de direitos humanos pela violência policial, o Ministério Público do Rio anunciou a abertura de uma investigação sobre as circunstâncias que cercam as mortes na megaoperação.
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