“Estamos profundamente preocupados com as notícias que nos chegam sobre violações em massa dos direitos humanos na cidade sudanesa de El Fasher, que recentemente passou para o controle das Forças de Apoio Rápido (FAR)”, afirma o comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo.
O Ministério das Relações Exteriores lembrou que o uso da violência contra a população civil é inadmissível e contradiz as normas geralmente reconhecidas do direito internacional humanitário.
Moscou insta os responsáveis pela situação na cidade a tomarem as medidas necessárias para proteger seus residentes, sublinha o texto, acrescentando que a Rússia defende uma solução pacífica para o conflito no Sudão, que já dura mais de dois anos, pela preservação da unidade, soberania e integridade territorial deste país.
Além disso, Moscou insiste na necessidade de um cessar-fogo imediato das hostilidades e do início de um processo político completo.
As FAR anunciaram em 26 de outubro a tomada do quartel-general do Exército regular sudanês em El Fasher, a última posição que as forças governamentais mantinham na região de Darfur (oeste).
De acordo com a vice-chefe da comissão de ajuda humanitária do Sudão, Mona Nour al Daem, mais de duas mil pessoas morreram em El Fasher devido às ações dos rebeldes das FAR desde que tomaram o controle da cidade no domingo.
Desde 15 de abril de 2023, o Sudão é palco de combates entre as FAR, comandadas por Mohamed Hamdan Daglo, e o Exército regular, liderado pelo general Abdel Fattah al Burhan, presidente do Conselho Soberano de Transição.
Em maio passado, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou que em dois anos de conflito no Sudão morreram cerca de 40 mil pessoas.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) informou sobre um aumento drástico no número de vítimas civis no Sudão, com mais de 3.300 pessoas mortas desde o início de 2025.
Este número, segundo o órgão, representa quase 80% do total de vítimas civis registradas durante todo o ano de 2024.
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