Quinta-feira, Outubro 30, 2025
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Brasil: Lula convoca reunião para abordar a crise de segurança no Rio

Brasília, 29 out (Prensa Latina) O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, convocou uma reunião para hoje com ministros para analisar a crise de segurança pública no Rio de Janeiro após a operação policial que deixou pelo menos 64 mortos.

Entre os participantes estarão os ministros Rui Costa (chefe de Gabinete), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Sidônio Palmeira (Secretário de Comunicação).

Lula voltou ontem à noite de uma viagem à Malásia, onde conversou por telefone com Rui Costa para receber informações iniciais sobre a situação no Rio.

Na reunião desta quarta-feira, além de receber atualizações sobre a crise, espera-se que ele reforce aos ministros a prioridade de impulsionar as medidas governamentais.

A mais destacada dessas iniciativas, até o momento, é a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) sobre Segurança Pública, que amplia as atribuições da Polícia Federal (PF) para combater crimes ambientais e crimes de repercussão interestadual e internacional.

Apresentada pelo governo em abril, a PEC avançou pouco na Câmara dos Deputados devido à resistência dos governadores, que temem perder força na luta contra o crime.

Além disso, o Executivo prevê enviar nos próximos dias um projeto de lei antifacção, que inclui pontos como o aumento das penas e uma maior possibilidade de confiscar os bens dos líderes de organizações criminosas.

A segurança pública é considerada um dos pontos fracos do discurso de Lula. Essa percepção se agravou depois que ele afirmou, na semana passada, que os traficantes de drogas são “também vítimas dos consumidores”, o que gerou críticas de diversos setores.

O vice-presidente Geraldo Alckmin já havia convocado uma reunião de emergência na véspera.

De acordo com um comunicado emitido pelo Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo, durante a reunião, a PF e as forças militares reiteraram que “não houve consulta nem solicitação de apoio ao Governo do Estado do Rio de Janeiro para a operação”.

A ação de terça-feira também desencadeou um novo confronto entre as autoridades e o governador do Rio, Cláudio Castro, aliado da oposição.

Castro declarou à imprensa que o governo negou ter enviado veículos blindados ao território para combater o narcotráfico em operações policiais e acusou o governo federal de não dar respostas concretas às solicitações do estado.

“Todos os dias temos um motivo, sem querer ofender, para que (o governo federal) não coopere”, disse ele.

Em nota, o Ministério da Justiça destacou que mantém a Força Nacional no Rio desde outubro de 2023, com presença garantida até dezembro, medida renovável.

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