Quarta-feira, Outubro 29, 2025
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Bolívia abre caminho para ciclo de combustível nuclear

La Paz, 28 out (Prensa Latina) Com a apresentação do estudo Potencial de recursos mineralógicos de urânio, tório e elementos associados na Bolívia, o país andino amazônico confirma hoje o avanço na rota para o ciclo do combustível nuclear.

Esse relatório foi apresentado à imprensa juntamente com o Estudo de Implementação de Reatores Modulares Pequenos pelo vice-ministro de Planejamento e Desenvolvimento, Freddy Gustavo Velázquez, e pela diretora da Agência Boliviana de Energia Nuclear (ABEN), Hortensia Jiménez.

A diretora da ABEN afirmou que a Bolívia identificou recursos mineralógicos de urânio, tório e terras raras, estratégicos para a industrialização em uma fase de transição energética.

“Isso nos permitiu mostrar o potencial que o país tem, não apenas de urânio e tório, (…), e foi possível identificar que temos urânio e tório em certas concentrações interessantes”, afirmou Jiménez.

Ela informou que, por mais de dois anos, foram realizadas pesquisas sobre urânio e tório para o ciclo de combustível nuclear e foram feitas 12 visitas de campo a diferentes locais do território nacional, que permitiram gerar mais de 250 amostras, posteriormente analisadas no Reator de Pesquisas RA6 de Bariloche, na Argentina.

Acrescentou que também foram identificados minerais críticos na fase de transição energética, como cobalto, níquel, cobre, nióbio e tântalo, em áreas onde a ABEN atua.

“Até agora, já temos a base fundamental para começar a avançar nas diferentes etapas de pesquisa e desenvolvimento, o que permitirá à Bolívia entrar em uma nova linha de industrialização de nossos recursos naturais, se essa for a política do novo governo”, esclareceu a diretora da ABEN.

Com relação ao Estudo de Implementação de Pequenos Reatores Modulares, a autoridade abordou a perspectiva de que, no longo prazo do planejamento energético do país, reatores desse tipo sejam incorporados ao Sistema Interconectado Nacional, úteis, por exemplo, para a gigante siderúrgica de Mutún, em Santa Cruz, e para a industrialização do lítio.

Afirmou que o programa nuclear boliviano, além dos usos não energéticos na saúde, agricultura e pesquisa científica, também contempla o estudo da viabilidade da geração de eletricidade a partir da tecnologia nuclear com este tipo de reatores modulares, desenvolvidos nos últimos cinco anos e compatíveis com um sistema energético pequeno como o da Bolívia.

Com este estudo, “estamos deixando uma possibilidade de análise para aqueles que tomarão decisões no futuro, que poderão comparar de forma técnica e econômica a viabilidade de incorporar este tipo de reatores modulares pequenos no sistema elétrico e energético nacional”, concluiu Jiménez.

lam/jpm/bm

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